Os impactos de uma rejeição podem variar de pessoa a pessoa, mas o que vale para todos, sem exceção é que ela é uma ferida emocional, e assim como uma ferida, dói. Dói profundamente. A pessoa pode apresentar insegurança nas relações, forma mais hostil e agressiva ao se relacionar, medo de se sentir rejeitado novamente, evitar as relações se isolando e dificuldades relacionadas a autoestima.

Ressentimentos mal elaborados

Todos nós queremos ser amados, primeiramente por nossos pais. Se existe dúvida e ressentimentos quanto a essas primeiras relações que não ficaram bem elaborados, é possível que esse sentimento de exclusão retorne em outras relações.  A forma como se viveu a triangulação mãe, pai e filho e posteriormente entrada de irmãos na relação, nos dará notícias de como essa pessoa lida com os aspectos da exclusão, rejeição.

Todos nós fomos e somos rejeitados de alguma forma ou em algum momento da vida, isso é comum. E tudo bem se sabemos que nem sempre é possível agradar a todos. Mas, se isso ocorre com frequência, se há uma repetição, é preciso buscar entender o que em nós aciona no externo essa exclusão.

Rejeição é um sentimento de afeto

A rejeição é um sentimento, um afeto. Afeto é algo que nos afeta. Se a pessoa não tem muita noção de seus próprios valores, de suas fragilidades e seus pontos fortes, a ação de ser rejeitado ou excluído fará maior mobilização. Quanto maior a necessidade de reconhecimento externo e o investimento afetivo que a pessoa faz na relação, maior será o sentimento de rejeição. A raiz desse sentimento está nas primeiras relações familiares e posteriormente se atualiza nas outras relações.  

Se é comum a pessoa se sentir rejeitado em muitas situações, a internet é um campo muito fértil. A internet propicia um espaço de interação muito fluido, onde pessoas vão e vem com muita facilidade e muitas vezes esse espaço não permite que mostre suas fragilidades, o que deixa o sujeito à disposição do reconhecimento externo, isto é, que vem de outra pessoa.

Somos frustrados a todo o tempo

É importante aprender a lidar com a frustração, faz parte da vida. Somos frustrados a todo o tempo porque o mundo não é como gostaríamos o tempo todo. E isso faz parte da vida.  Ter tolerância a frustração ajuda a cair e se levantar e seguir em frente. Se esse é o trabalho que essa pessoa se propôs a fazer, precisará aprender a lidar com a frustração e com o sentimento de rejeição, tolerar críticas. Não é possível agradar a todos é importante saber disso. Querer ser amado todo tempo ou agradar a todos é uma forma infantil de se colocar diante do mundo.

Não somos perfeitos

Primeira coisa para lidar com o sentimento de rejeição é saber que não somos perfeitos, apenas humanos. Aprender a se questionar e observar o próprio funcionamento é importante. Querer agradar o tempo todo a todos, não é possível.

Buscar saber quais são seus valores como pessoa, quais são suas singularidades e fragilidades. Uma pessoa forte é aquela que reconhece suas fragilidades e trabalha para seu próprio amadurecimento.

E MAIS…

Autoconhecimento é uma excelente estratégia de resiliência  

Observar o próprio comportamento é importante para saber lidar com a frustração. Perceber a necessidade de reconhecimento todo tempo. E se questionar porque precisa ser reconhecido todo tempo. Que necessidade é essa?

As crianças precisam ser reconhecidas durante seu processo de desenvolvimento para um bom amadurecimento. Mas o que faltou ou falta para que seja um adulto mais confiante e mais dono de mim mesmo?

Que tipo de investimento esse adulto faz nas suas relações? Relação é uma via de mão dupla, isto é, vai de um lado e volta do outro. Isso quer dizer que é importante observar como é o investimento da do e se é recíproco.

Faça algumas indagações básicas e responda para si mesmo com sinceridade.

– “como lidar com as frustrações”?

– “os problemas são os outros ou também tenho responsabilidade quando me relaciono”?

– “se a outra pessoa me rejeita, porque insisto”?

– “eu repito isso o tempo todo na minha vida”?

Repara que é muito importante saber que não é possível mudar o outro, mas se questionar quanto as próprias mudanças que podem ser feitas diante de algo que traz sofrimento pode fazer toda a diferença.