O primeiro consiste em uma massa cinzenta que processa a maior parte das informações destinadas aos hemisférios cerebrais. É uma grande estação de elaboração dos sentidos.

O hipotálamo, por sua vez, regula a função de abastecimento do sistema endócrino e processa inúmeras informações necessárias à constância do meio-interno corporal (homeostasia). Coordena, por exemplo, a pressão arterial, a sensação de fome e o desejo sexual.

Sistema nervoso autônomo

A importância do hipotálamo é inversamente proporcional ao seu tamanho. Ocupando menos de 1% do volume total do cérebro humano, o hipotálamo contém muitos circuitos neuronais que regulam aquelas funções vitais que variam com os estados emocionais, como por exemplo a temperatura, os batimentos cardíacos, a pressão sanguínea, a sensação de sede e de fome, etc. O hipotálamo controla também todo sistema endócrino através de uma glândula localizada em seu assoalho, a hipófise. Desse modo, o hipotálamo é um dos grandes responsáveis pelo equilíbrio orgânico interno, a homeostasia.

O hipotálamo está diretamente relacionado ao sistema nervoso autônomo, primariamente, o sistema de controle de todas as vísceras (músculo cardíaco, sistema digestivo, glândulas endócrinas, etc). Esse possui duas divisões principais: o sistema simpático e o sistema parassimpático. Sobre o sistema endócrino, o hipotálamo exerce sua influência direta e indiretamente. Diretamente essa influência se dá por meio da secreção de produtos neuroendócrinos lançados na circulação sanguínea a partir da porção posterior da glândula hipófise. Indiretamente a influência se dá pela secreção dos chamados hormônios reguladores, os quais atuam liberando ou inibindo outras glândulas do organismo, tais como as supra-renais, tireóide, para-tireóides e sexuais.

Emoções geradas em circuitos

Segundo o neuroanatomista James Papez a emoção não é função de centros cerebrais específicos e sim de um circuito, envolvendo quatro estruturas básicas, interconectadas por feixes nervosos: o hipotálamo com seus corpos mamilares, o núcleo anterior do tálamo, o giro cingulado e o hipocampo. Este circuito, o circuito de Papez, atuando harmonicamente, é responsável pelo mecanismo de elaboração das funções centrais das emoções (afetos), bem como de suas expressões periféricas (sintomas). 

A Neurociência reconhece, por meio das evidências científicas, que aprendemos quando nos envolvemos ativamente no processo de produção de conhecimento por meio da mobilização de atividades mentais e na interação com o outro. A emoção, em suas diferentes manifestações, moldade e associada à razão, deve ser usada a favor da aprendizagem, pois o emocional e o racional fazem parte de uma mesma realidade – o desenvolvimento e o crescimento do ser humano

Contemporaneamente, a afetividade é vista como um processo interacional entre os aspectos orgânicos e sociais, que permite ao ser humano afetar e ser afetado pelos acontecimentos. Entretanto, na atualidade diversos pensadores relacionam e ressaltam a importância da afetividade no processo de desenvolvimentos e aprendizagem do indivíduo. O aprendizado é, quase sempre, facilitado quando o indivíduo encontra-se bem emocionalmente e efetivamente ligado a atividade envolvida.

Afetividade é a base da motivação

Damásio (1996) esclarece que corpo e cérebro estão interligados por circuitos bioquímicos e neurais que se relacionam reciprocamente, sendo que as duas principais interconexões são a corrente sanguínea, que transporta os sinais químicos, como os hormônios, e os nervos motores e sensoriais periféricos, que transportam sinais de todo o corpo para o cérebro. (p. 114).

O cérebro humano é o único órgão do corpo humano relacionado a consciência, cognição, emoção, imaginação, criação, inteligência intencional e o instinto como sobrevivência da espécie humana e a afetividade é a base da motivação intrínseca da aprendizagem.

E MAIS…

Engajamento motivado pela emoção

É fato fundamental que educar a emoção é a habilidade relacionada com o motivar a si mesmo e persistir mediante frustrações, controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificações prorrogadas, motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento aos objetivos de interesses comuns. (RELVAS, 2010).

Referências bibliográficas:
BEAR, Mark F.CONNORS, Barry W. Neurociências: Desvendando o Sistema Nervoso. 3 ed.  Porto Alegre: Artmed, 2008
DAMÁSIO, Antônio R. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras,1996.
 Relvas, Marta Pires. Neurociência e Educação, gêneros e potencialidades na sala de aula. Rio de Janeiro, 2 ed. WAK Editora, 2010.
Relvas, Marta Pires. Fundamentos Biológicos da Educação – Despertando Inteligências e Afetividade no processo da Aprendizagem. Rio de Janeiro, 5 ed. WAK Editora, 2010.