Diversas estratégias têm sido utilizadas para promover a aprendizagem ativa, tais como: a aprendizagem baseada na pesquisa, mapa conceitual, o uso de jogos, resolução de problemas, criação de produtos, sala de aula invertida. Outra estratégia é prover material de apoio de modo que o aluno possa estudar o conteúdo antes de frequentar a sala de aula. Com base no material estudado, o aluno responde um conjunto de questões. Também é muito importante o uso de tecnologias educacionais.

A comunicação se estabelece de várias formas, como por meio de gestos, cores, símbolos e sinais. Portanto, não ocorre apenas por palavras faladas ou escritas. Há uma convenção entre as partes para que ela ocorra. Para que a comunicação aconteça é necessário o emissor, a mensagem e o receptor. Esse sistema de comunicação permite a troca de informação pelo o grupo e a concretização da linguagem.

Várias formas de comunicação

O sistema de signos que traduz o pensamento verbal e da linguagem foi considerável no desenvolvimento da espécie humana. Saussure tinha uma visão estruturalista e definiu a língua como um sistema de valores que se opõem uns aos outros, numa relação de dependência mútua, isto é, num sistema em que os termos se definem por uma relação de dependência recíproca. Para ele, a língua é um sistema homogêneo, um conjunto de signos exterior aos indivíduos que deve ser estudado separado da fala. Para Saussure a linguagem é dividida em duas partes: a língua e a fala, considerando a língua um objeto fundamentalmente social.

Por outro lado, Chomsky em sua teoria gerativista afirma que os seres humanos apresentam uma predisposição genética que permite a aquisição da linguagem. Segundo ele, a língua é um sistema de princípios radicados na mente humana. Ele relaciona, a aquisição da língua a termos conhecidos como: competência e desempenho.

Lacan constrói sua tese de que o inconsciente se estrutura como linguagem. Também o lapsus, os atos falhos, os sonhos e os sintomas, em suma, todas as formações do inconsciente, surgem como resultado das substituições metafóricas ou metonímicas de um ou mais significantes por outros, vinculados aos originais por diferentes tipos de relações.

Posição psicolingüística

Lenneberg defende que quando a criança aprende novas palavras, a pronúncia destas que já fazem parte do seu vocabulário se aperfeiçoa, e algumas dessas palavras são acompanhadas com gestos. Por exemplo, quando a criança quer água pode falar uma palavra com o som parecidao apontando para um copo com água. Lenneberg traz à “explosão de nomeação”, para reforçar a posição psicolingüística. A “explosão de nomeação” acontece aproximadamente entre o 24° e o 30° mês da criança, quando o número de palavras conhecidas por ela da um salto. Até um ano e meio a criança tem um vocabulário de 3 a 50 palavras, e ao completar 3 anos seu repertório passa de 1000 palavras, sem contar com outras 3000, que apesar de não pronunciar, ela compreende. Para Lenneberg este fato torna evidente que a linguagem se desenvolve por meio da maturação, de acordo com “cronogramas biológicos”. 

Compreender a comunicação humana é saber que a aquisição da linguagem tem vários níveis. Nos primeiros anos de vida a criança apresenta a fase pré-verbal no desenvolvimento do pensamento e uma fase pré-intelectual no desenvolvimento da linguagem.

O quadro, elaborado segundo os autores Chiari, B.M.; Aimard, P.; Casanova, J. P.; Ajuriaguerra (citado por Cardoso, 2003), mostra fases hetárias da linguagem.

Idade (meses)Principais características do desenvolvimento de linguagem
0 a 3– Vocalizações (repetições de vogais e sons guturais) não lingüísticas. Essas produções têm pouca influência da língua-mãe.
– Sorriso reflexo.
– Apresenta movimentos corporais bruscos ou acorda ao ouvir estímulo sonoro.
– Aquieta-se com a voz da mãe.
– Procura fonte sonora com movimentos oculares.
3 a 6– As vocalizações começam a adquirir algumas características de linguagem, ou seja, entonação, ritmo e inicia-se a modulação de ressonância.
– A fase de lalação aparece por volta dos 3 a 4 meses e se distingue por sua fonação lúdica . A criança sente prazer em balbuciar (brincar com os órgãos fono-articulatórios).
– Pára de chorar ao ouvir música.
– Começa a voltar à cabeça em direção a um som lateral e próximo.
6 a 9– Pré-conversação. A criança vocaliza principalmente durante os intervalos em que é deixada livre pelo adulto, e também encurta suas vocalizações para dar lugar as respostas do adulto.
– Localiza diretamente a fonte sonora lateralmente e indiretamente para baixo.
– Responde quando chamada.
– Repete sons para escutá-los.
9 a 12– Localiza diretamente a fonte sonora para baixo.
– Reage paralisando a atividade quando a mãe fala “não”.
– Vocaliza na presença de música.
– Compreende algumas palavras familiares, por ex.: “mamãe, “papai”, “nenê”.
– Compreende ordens simples, por ex.: “bate palmas” e dar “tchau”.
– Vocalizações mais precisas e melhor controladas quanto a altura tonal e a intensidade. Agrupa sons e sílabas repetidas `a vontade.
– Pede, recebe objetos e oferece-os de volta.
– Usa gestos indicativos.
– Surge a primeira palavra, muitas vezes não inteligível.
12 a 18– Surgem as primeiras palavras funcionais que, em geral, se dá um prolongamento semântico, por ex.: chama “cachorro” a todos os animais.
– Crescimento quantitativo de compreensão e produção de palavras.
– Localiza fonte sonora indiretamente para cima.
– Gosta de música.
– Compreende verbos que representam ações concretas (dá, acabou, quer).
– Identifica objetos familiares através de nomeação.
– Identifica parte do corpo em si mesma.
– Utiliza-se de palavra-frase (usa uma palavra que corresponde a um enunciado completo).
– Repete palavras familiares.
– Tenta contar.
18 a 24– Surgimento de frases de dois elementos.
– Localiza fonte sonora em todas as direções.
– Presta atenção e compreende estórias.
– Identifica parte do corpo no outro.
– Inicia o uso de frases simples.
– Usa gesto representante.
– Usa o próprio nome.
2 a 3 anos– Iniciam-se sequências de três elementos, por ex.: “nenê come pão” (fala telegráfica.
– Aponta gravura de objeto familiar descrito por seu uso.
– Identifica objetos familiares pelo nome e uso.
– Aponta cores primárias quando nomeadas (vermelho, azul, amarelo…)
– Compreende o “Onde?” “Como?”
– Pergunta o que?
– Nomeia ações representadas por figuras.
– Refere-se a si mesmo na 3ª pessoa.
– Combina objetos semelhantes.
– Constitui frase gramatical simples ( com verbos, preposições, adjetivos e advérbio de lugar).A partir dos três anos aumenta extraordinariamente o número de vocábulos da criança e espera-se que até os cinco anos ela tenha domínio de todos os fonemas da língua.

A relação professor e aluno

Esse vínculo é de suma importância para o aprendizado, pois o vínculo afetivo e o respeito mútuo favorecem a motivação para a aprendizagem. O uso da tecnologia só interferirá no êxito deste processo se o professor não souber trabalhá-la. É necessário que o uso de ferramentas digitais seja em prol de ampliar o conhecimento e fazer conexões com os diferentes tipos de conhecimentos. Para tal o professor precisa problematizar, estabelecer relações e propor atividades desafiadoras, que estimulem a reflexão crítica de seus alunos.

A literatura também pode auxiliar no desenvolvimento do aluno, pois através das histórias pode-se refletir sobre os comportamentos positivos, ou negativos, o que é ético, o que não é. As histórias e contos utilizadas pelo psicopedagogo e o trabalho de reflexão crítica levam a criança a construir sua autonomia moral, ou seja, agir de forma assertiva quando está sozinha, independente se tem alguém vigiando ou não. Muitas crianças e adolescentes só tem comportam assertivos quando estão na presença de adultos. Mas quando estão sozinhas, agem de forma inadequada. O objetivo é que a criança compreenda que independente de ter um adulto ou não perto dela, ela precisa agir de forma correta. 

Em relação à dificuldade do raciocínio lógico matemático, a intervenção psicopedagógica atua amenizando os sintomas, corrigindo os fatores que contribuem para tal dificuldade, e resgatando a autoestima do aluno para que este tenha uma melhor qualidade de vida e autonomia.

E MAIS…

Atividades lúdicas auxiliam o psicopedagogo

Algumas atividades podem ser utilizadas pelo psicopedagogo como ferramentas de grande apoio:  

Jogo Simbólico – também chamado de faz-de-conta, caracteriza-se por recriar a realidade usando sistemas simbólicos, ele estimula a imaginação e a fantasia da criança, favorecendo a interpretação e ressignificação do mundo real.  É fundamental para o desenvolvimento, favorecendo a interação com o outro, possibilitando a expressão das emoções e percepções vivenciadas na relação que a criança, estabelece com o mundo real. Estimula o desenvolvimento psicomotor, cognitivo, emocional, social e cultural das crianças.

Jogo de Construção – acontece quando as crianças usam, transformam objetos e materiais variados (blocos ou sucatas, por exemplo) e criam novos produtos (parque de diversões, fazenda, engenhocas…). Nestes jogos as crianças começam a entrar em contato com o mundo social e a desenvolver níveis mais complexos de inteligência através do desenvolvimento de suas capacidades de antecipar situações, movimentos e elaborar propostas e possibilidades que podem ou não se concretizar. Estes jogos também possibilitam maiores oportunidades de cooperação entre as crianças.

Jogo de Regras – são jogos estruturados que possuem regras definidas. Ex: dominó, dama, pega-vertas, jogo da memória etc. Segundo Piaget, tais jogos são adequados a partir dos 6-7 anos de idade, quando a criança já começa a entender as regras. A regra surge para a criança como uma forma de afirmação do seu eu, a submissão dela à regra social é um dos meios que o eu utiliza para se realizar, sendo assim a regra se mostra como instrumento da personalidade, é a ordem colocada em nossos atos. 

Jogo Cooperativo – e realizado em grupo e enfatiza a participação, a cooperação, trabalho em equipe, o cumprimento da meta, o desafio e a diversão. Tem como objetivo incentivar de forma eficaz a ajuda entre duas ou mais pessoas. Não há competição e, sim, colaboração, por isso não há perdedor ou ganhador. A ênfase está em cumprir a tarefa e para tal, todos se ajudam. O resultado do jogo está na participação da atividade coletivamente, favorece o respeito, a colaboração, a comunicação.  Os jogos cooperativos também têm como objetivo fazer com que uma pessoa se coloque no lugar de outra. Aprenda a compartilhar e cooperar com o próximo. Estimular o afeto, a compaixão e facilitar a aproximação e a aceitação entre os membros da equipe para alcançar um objetivo no final.