Jornal da USP publicou informações sobre pesquisa publicada na revista Nature Aging.
Cientistas americanos mostraram que uma proteína chamada klotho melhorou a função cognitiva e a memória de macacos. Essa substância ganhou o nome da deusa grega Clotho – que, na mitologia grega, tecia o fio da vida – e ocorre naturalmente no nosso corpo, mas diminui com a idade.
Pesquisadores avaliam detalhes
No experimento, os pesquisadores testaram o efeito de doses pequenas de klotho em camundongos e macacos rhesus. Os macacos tinham cerca de 22 anos e receberam uma única injeção da proteína.
“A vantagem dos macacos, como é sabido, é que eles têm uma semelhança de 93% com os seres humanos e uma função cognitiva mais elevada e complexa. Além disso, eles também têm um declínio cognitivo com a idade e alterações nas sinapses, comprometendo regiões do cérebro, incluindo o hipocampo e o córtex pré-frontal”, explica Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP.
O hipocampo é a região do cérebro responsável pela formação de novas memórias, além de estar associado ao aprendizado e emoções. O córtex pré-frontal é a região associada a inteligência, raciocínio lógico e manipulação sobre as outras regiões do cérebro.
Aumento nos níveis séricos
Os pesquisadores tinham dois objetivos: verificar se um aumento nos níveis séricos (ou seja, a quantidade) de klotho, comparável ao observado em camundongos, melhorava a capacidade cognitiva em macacos; verificar se doses maiores da proteína tinham um efeito maior na capacidade cognitiva, isto é, se o efeito era dose-dependente.
A klotho já é reconhecida pelo seu efeito neuroprotetor e por ser capaz de melhorar a memória.
Pesquisas anteriores já foram realizadas com camundongos, mas é a primeira vez que ela é feita com macacos. “Como nosso grupo pesquisa centenários, é um assunto que nos interessa muito”, afirma a geneticista.
O resultado das avaliações dos animais e os questionamentos ainda levantados após as conclusões da pesquisa são apresentados pela geneticista.
Fonte: Jornal da USP