O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson é celebrado em 11 de abril com o objetivo de ampliar o acesso a informações importantes sobre a doença que ajudam a prevenir e facilitar o diagnóstico. Assim, o tratamento pode começar logo e reduzir as limitações, bem como o sofrimento.

O que causa Parkinson?

As causas exatas do desenvolvimento da doença de Parkinson ainda não são totalmente conhecidas, mas já se entende que a condição surge devido à degeneração gradual de regiões do cérebro principalmente relacionadas à coordenação dos movimentos. A produção de dopamina fica comprometida e, sem a quantidade necessária desse neurotransmissor, os sintomas vão surgindo e evoluindo.

Sintomas da doença

Os sintomas do Parkinson podem variar de acordo com o caso e com o estágio da doença, no entanto, destacam-se os seguintes sintomas motores e não motores (ou seja, que estão ou não relacionados aos próprios movimentos): tremores, rigidez dos movimentos, movimentos lentos, dificuldade para manter a postura, redução do equilíbrio, perda do olfato, distúrbios de sono, constipação (intestino preso) e dificuldade para falar e engolir.

Entender os sintomas da doença é essencial para buscar o diagnóstico, o que permite resultados mais rápidos para controlá-los. Conhecer os sinais do Parkinson e saber identificá-los é essencial para buscar ajuda médica neurológica o mais rápido possível. Desse modo, pode-se iniciar o tratamento e ser mantida uma melhor qualidade de vida. Mesmo não existindo cura, as diversas estratégias utilizadas para controlar os sintomas impactam muito a rotina de quem luta contra a doença.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de Parkinson pode ser difícil nas fases iniciais da doença, até porque alguns sintomas são sutis e não se manifestam nos movimentos. Existe também essa ideia geral de que apenas os tremores seriam importantes, o que não é verdade. As pessoas procuram ajuda quando eles começam a prejudicar a sua autonomia de forma mais acentuada ou quando ficam com medo de consequências maiores.

Para diagnosticar a doença, utilizamos uma história clínica detalhada e fazemos o exame físico especializado (hoje em dia, até por vídeo é possível): tremor quando o paciente está em repouso, agilidade dos movimentos, rigidez nos membros, aspectos da caminhada, equilíbrio, entre outros. Exames de imagem não dão o diagnóstico e devem ser solicitados apenas em situações excepcionais.

Quais são os principais tratamentos?

O tratamento para Parkinson é definido pelo profissional com base no caso de cada paciente, da progressão da doença, grau dos sintomas e diversos outros fatores. Os medicamentos são fundamentais e podem mudar drasticamente o dia a dia de quem está passando por isso.

Além dos medicamentos, são importantes métodos da fisioterapia e terapia ocupacional, fonoterapia, exercícios orientados pela educação física, entre outros, conforme a demanda individual. Finalmente, a cirurgia de marca-passo cerebral é uma opção que pode ajudar muita gente, ainda que, infelizmente, existem pacientes que não são informados por seus médicos sobre ela.

A estimulação cerebral profunda, mais conhecida como marca-passo cerebral ou por sua sigla em inglês DBS, é um tratamento que pode ter grandes resultados para pacientes com Parkinson. A cirurgia é feita por meio do implante de eletrodos em determinadas áreas do cérebro, permitindo uma estimulação elétrica controlada que consegue modular o funcionamento dessas regiões, possibilitando uma redução significativa dos tremores, da lentidão, da rigidez, de movimentos involuntários e melhorando a qualidade de vida do paciente.

No entanto, é preciso ter em mente que cada caso é um caso, com suas particularidades, e a viabilidade da realização do procedimento deve ser analisada individualmente por meio de um protocolo pré-operatório bastante rigoroso. Assim, elevamos ao máximo o grau de sucesso e satisfação, com o mínimo de riscos.

Como prevenir Parkinson?

A prevenção de Parkinson não conta com muitas armas. Os estudos não demonstram práticas que possam reduzir de modo claro o risco de surgimento ou a progressão da doença. A exposição a alguns tipos de agrotóxicos aumenta o seu risco, além de substâncias suspeitas da indústria. Por outro lado, a prática regular de atividades físicas bem orientadas é o que tem maior quantidade de evidências acumuladas na ciência no sentido de evitar o problema.

Além desses dados positivos sobre o exercício físico, há informações mais vagas sobre a chamada dieta Mind e o consumo de cafeína. Precisamos conhecer ainda mais para descobrirmos como atuar de modo mais efetivo nas causas.