Uma pesquisa do Departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro da Universidade de Washington, publicada pela revista Biological Psychiatry: Cognitive Neuroscience and Neuroimaging, analisou as imagens cerebrais para ajudar a descobrir as relações entre o status socioeconômico na pré-escola e forneceram informações sobre uma série de resultados – incluindo cognitivos, sociais e psiquiátricos – no início da idade adulta.

Marcas físicas da pobreza

Para o estudo, os pesquisadores recrutaram cuidadores primários e seus filhos de 3 a 5 anos de idade. As crianças eram entrevistadas anualmente e, quando completavam pelo menos 16 anos, os pesquisadores as testaram para função cognitiva, transtornos psiquiátricos, comportamentos de alto risco, função educacional e função social.

Durante os 17 anos, os participantes também receberam cinco varreduras cerebrais que mediram os volumes de matéria cerebral local e global, dando aos pesquisadores uma visão única sobre se o desenvolvimento do cérebro foi um fator mediador. Os resultados da varredura cerebral mostraram as marcas físicas da pobreza.

Resultados pedem mudanças

As crianças que viviam abaixo do nível de pobreza na pré-escola tinham volumes menores de certas regiões subcorticais do cérebro, incluindo hipocampo, caudado, putamen e tálamo, consideradas pontos de passagem importantes na estrada do cérebro e particularmente sensíveis a fatores ambientais, como poluentes ou má nutrição. “Crescer na pobreza torna as coisas mais difíceis para as pessoas, mas é evitável”, disse Deanna Barch, uma das pesquisadoras. “Essa é a boa notícia: podemos fazer algo a respeito.”