Estudos indicam que é pela repetição dos estímulos que a aprendizagem acontece, pois, as conexões neurais tornam-se  fortalecidas, devido o aumento do potencial de ação da célula especializada do sistema nervoso, o neurônio. A medida que os neurônios se conectam, promove-se  um aumento do neurotransmissor denominado Glutamato.

Fortalecendo a informação escrita recebida no texto: “Quanto mais se repete a ação, mais consolidada é a reação entre as células neuronais”.  

Como a memória acontece  

A memória é processada da seguinte forma: Quando um percurso sináptico é percorrido várias vezes, ele se torna mais facilitado. Isso é memória. A memória é causada pela alteração na capacidade de transmissão sináptica de um neurônio como resultado da atividade neuronal prévia. Quando eu digo: O hemisfério dominante da linguagem é o esquerdo. Essa é uma frase que eu disse. Essa frase quando entrou no seu ouvido, chegou ao córtex, percorreu um circuito sináptico. Uma vez tendo passado pelo circuito sináptico, quando eu disser pela segunda vez vai passar de novo. Quando pensar pela terceira vez, só com o pensamento, você vai conseguir ativar esse circuito sináptico. Isso é: LEMBRAR. Lembrar é ter o circuito sináptico tão facilitado, que o meu pensamento ativa esse circuito sináptico. Isso é memória. Então é facilitar o percurso sináptico, por esse percurso já ter sido percorrido previamente. Então, se eu leio vinte vezes a página de um livro, com certeza eu vou acabar lembrando da informação, porque vinte vezes aquela informação percorreu o circuito sináptico. Então a repetição fixa a memória.

Se o estudante apresentar motivação pela informação recebida ou se for um estímulo queira muito saber, uma única passagem já facilita maximamente esse circuito sináptico.

Em outras palavras. Quando o estímulo aguça a atenção e a motivação, cria-se  um aumento neuroquímico no circuito de recompensa do cérebro, provocando então, uma ação fisiológica da sinapse elétrica e química entre os neurônios. Dai a importância da memória aplicada para aprendizagem no cotidiano escolar. Um dica importante: Os conteúdos desenvolvidos em sala de aula, precisam estar emoldurados nos processos emocionais para despertar o interesse dos aprendentes.

O que é o SAR?

Sistema ativador reticular que é uma pequena parte do nosso cérebro que é responsável pela filtragem da informação que processamos.O sistema ativador reticular pode fazer maravilhas e ajudar bastante a nos focarmos no que é importante.

O sistema de ativação reticular (SAR) é uma rede de neurônios originários do tegmento da ponte superior e do mesencéfalo, que acredita-se ser parte integrante da indução e manutenção do estado de alerta do indivíduo, ou seja, parte do tronco encefálico responsável para ativação da vigília, sono, motivação, comportamento de alerta e atenção.

O funcionamento do sistema ativador reticular (SAR) começa acima da medula espinhal e tem cerca de cinco centímetros de comprimento e a largura de um lápis. E o que ele faz é basicamente conectar aquela parte subconsciente do nosso cérebro com a parte consciente. Por isso, precisamos ficar atentos aos estímulos recebidos para que o nosso SAR, nos informe apenas sensações saudáveis e agradáveis.

Como ativar o SAR?

Diga ao cérebro o que é importante. Fazer uma lista de palavras/conceitos/objetivos e memorize-os. Assim, sempre que eles apareçam o cérebro irá captar a informação. Durante um processo da aula, conhecendo bem o seu estudante, diga a ele o que é importante para ele e não para você.

Muito provavelmente, quando se trata da aprendizagem significativa, reconhecer o funcionamento do SAR é de extrema importância para o educador, com a finalidade de promover o aprendizado do seu estudante. Informe, apenas, o que é importante e fundamental no contexto escolar, diante do conhecimento a ser desenvolvido.

E MAIS…

O “SAR” no processo da aprendizagem escolar

Uma dica para se ativar o SAR é o uso de recursos pedagógicos e as  metodologias para uma prática da aprendizagem ativa, tendo como objetivo, o despertar do interesse, aguçando a atenção ao encontrar coerência no assunto, provocando o estímulo a motivação e memorização, com significado e coerência, para promover a plasticidade neural, por meio do aprendizado na sala de aula.

Referência
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e Educação: potencialidades dos gêneros na sala de aula, 2ª ed. Rio de Janeiro: WAK Ed, 2012.