Estamos passando por um momento delicado onde o olhar de preocupação genuína para o colaborador torna-se mais do que necessário. Não existe vida profissional separada da vida pessoal. Ambientes profissionais tóxicos interferem diretamente em um ambiente pessoal tóxico e vice-versa, o que já se sabe há muito tempo.

Os números de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais, como burnout e síndrome do pânico decorrente do trabalho, são alarmantes. Uma pesquisa da Gallup revela que 89% dos trabalhadores brasileiros não têm paixão pelo que fazem, não têm motivação ou estão infelizes.

A busca por um trabalho que faça sentido aumentou na atualidade. As pessoas entenderam que o ganho financeiro não compensa quando não se tem bem-estar e satisfação com o trabalho. Isso impacta diretamente nos resultados da empresa: o aumento da rotatividade custa de 100% a 300% do salário base; organizações com baixo índice de engajamento dos funcionários têm 33% de declínio anual no lucro operacional e 11% de declínio anual no crescimento.

Outros olhares

Uma outra pesquisa, da Warwick University, aponta que trabalhadores felizes são 20% mais produtivos.

É preciso entender que temos de nos preocupar com algo muito maior, com um olhar sustentável, sistêmico e compassivo, que vai além de um treinamento de líderes ou programas isolados para promover a saúde mental do colaborador.

Não se trata somente de lucro. Investir em felicidade é investir no futuro da sociedade, tornando o mundo um lugar melhor para se viver.

Promoção da felicidade

Muitas pessoas acreditam que felicidade é ter uma sala de descompressão, praticar mindfulness, oferecer programas de qualidade de vida ou atividades lúdicas. Tudo isso pode fazer parte de um dos pilares importantes para a promoção da felicidade: o clima organizacional. Mas este é apenas um pilar.

Tais medidas não têm força se adotadas isoladamente. Se você convive com líderes autoritários, colegas tóxicos, se tem uma jornada estafante de trabalho, se o salário mal dá para pagar as suas contas e se o que faz não é significativo para você, de nada adianta ter uma mesa de ping pong ou uma aula de yoga no final do dia. 

A promoção da felicidade no trabalho vem sendo estudada de forma séria por diversos pesquisadores e instituições renomadas no mundo todo, e grandes empresas já estão adotando metodologias cientificamente comprovadas para uma mudança cultural, o que é, para a grande maioria das empresas, um desafio.

Lidar com as adversidades

Por isso é preciso olhar para o indivíduo, ensinando e apresentando recursos que ele pode adotar em sua vida pessoal e profissional para ter mais bem-estar e satisfação com o trabalho, para então começar a trabalhar com os líderes e depois com as equipes.

Uma dica rápida é conhecer os elementos que levam a uma vida feliz, ressaltando que felicidade não é sorrir o tempo todo, tampouco estar isento de problemas, mas encontrar um equilíbrio que traga mais satisfação com a vida e recursos para lidar com as adversidades.

E MAIS…

Os 5 elementos para uma vida feliz

Martin Seligman, psicólogo, pesquisador do tema felicidade e pioneiro nos estudos da Psicologia Positiva, traz 5 elementos essenciais para uma vida feliz: Emoções Positivas, Engajamento, Relacionamentos Positivos, Propósito e Realização. Mais tarde, outros pesquisadores incluíram um sexto elemento que é a Vitalidade, que compreende alimentação, sono e exercícios.

Juntos, estes 6 elementos formam o acrônimo PERMAH OU PERMA-V. Esta é apenas uma das ferramentas que pode trazer mais bem-estar e satisfação com o trabalho e com a vida.