A equipe do cientista Marsel Mesulam, diretor do Mesulam Center for Cognitive Neurology and Alzheimer’s Disease, na Northwestern University Feinberg School of Medicine, nos Estados Unidos, descobriu casos atípicos de doença de Alzheimer com perda progressiva da linguagem. São pacientes que não apresentam perda de memória, mas afasia progressiva primária. Esse quadro representa cerca de 40% dos casos, mostra o estudo.
Estatísticas do Alzheimer
O Alzheimer está presente em cerca de 10% das pessoas com idade superior a 65 anos e 40% acima de 80 anos. É doença neurodegenerativa associada à idade, com manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em deficiência progressiva e incapacitação. Estima-se que, em 2050, mais de 25% da população mundial será idosa, o que aumenta a prevalência da doença.
A afasia progressiva primária é uma síndrome diagnosticada quando três critérios centrais são preenchidos: comprometimento da linguagem, que interfere no uso ou na compreensão das palavras; presença de doença neurodegenerativa e, portanto, progressiva, e surgimento de forma isolada, sem alterações no comportamento e na memória.
Distúrbio da linguagem
O distúrbio da linguagem é comumente determinado por neuropsicólgos na avaliação de aspectos como produção de frases, recuperação das palavras na fala, nomeação de objetos, compreensão das palavras, leitura e repetição. Não são consideradas aquelas deficiências que surgem isoladamente. Além disso, há a preservação da memória, das funções executivas, habilidade visuoespaciais e comportamento.
O pesquisador constatou que esses pacientes apresentam os mesmos níveis de emaranhados neurofibrilares, que são alterações nos prolongamentos que servem de linhas de comunicação dos neurônios. Eles são geralmente encontrados no córtex cerebral, que é centro de processamento de informações e armazenamento de memória. São muito numerosos e mais comuns em regiões do cérebro como do lobo temporal.
Relação com a memória
Esses emaranhados destroem os neurônios na região do cérebro relacionada à memória – afetada naqueles com a doença típica. Porém, foi observada uma menor atrofia dessa parte do cérebro no grupo com afasia. O estudo ajuda a encontrar mecanismos para proteger a perda de memória nos casos mais comuns da desordem.