Um estudo feito por pesquisadores norte-americanos em hospitais do Sistema de Saúde Montefiore, em Nova York, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica “Neurology” mostrou que distúrbios neurológicos foram detectados em 12% dos pacientes com COVID-19.

Esses quadros foram associados ao aumento do risco de mortalidade intra-hospitalar e diminuição da chance de alta para casa. Os pesquisadores ainda observaram que problemas neurológicos podem ser resultado de doenças graves.

“A presença de alteração mental foi determinada por meio da revisão das anotações que documentam a história e o exame físico gerados pelos médicos do pronto-socorro, médicos da admissão ou membros do serviço de neurologia ou neurocirurgia quando da solicitação de consulta”, dizem os pesquisadores.

Um total de 4.711 pacientes com infecção confirmada por coronavírus foram admitidos em um sistema médico durante um período de seis semanas, sendo que 581 tinham problemas neurológicos que justificassem o exame de neuroimagem. 

Diagnóstico confirmado

Para determinar o risco de morte associado aos dianósticos neurológicos entre pacientes com coronavírus, foi realizado o acompanhamento de pacientes adultos hospitalizados com a infecção confirmada em laboratório. A prevalência de novos distúrbios neurológicos diagnosticados por neurologistas foi comparada à presença dessas desordens em pacientes com Covid-19.

O objetivo desse estudo foi determinar se as síndromes neurológicas estão associadas a um maior risco de mortalidade de pacientes hospitalizados. 

“A síndrome respiratória aguda grave do coronavírus é multifacetada em suas manifestações, afetando quase todos os sistemas orgânicos. No entanto, o envolvimento do sistema nervoso e seu efeito no desfecho da doença são mal caracterizados”, explicam. 

Distúrbios neurológicos

Segundo o grupo, os distúrbios neurológicos eram mais presentes idosos, homens, brancos, hipertensos, diabéticos e intubados. Entre os pacientes analisados, houve maior falência de órgãos sequencial, com maior risco de mortalidade intra-hospitalar e chance reduzida de alta para casa.

Os sintomas pulmonares são os sintomas mais comuns da infecção por síndrome respiratória aguda grave por coronavírus. Pacientes gravemente afetados podem ter danos aos rins, fígado ou coração.

Resultados

Os diagnósticos mais comuns foram encefalopatia tóxica / metabólica (6,8%), convulsão (1,6%), acidente vascular cerebral (1,9%) e hipóxia / isquêmica (1,4%). Nenhum paciente apresentou meningite que pudesse ser atribuída à infecção por coronavírus.

 Desde o surto inicial em Wuhan, China, o envolvimento neurológico também foi descrito: de 214 casos, 45% dos pacientes hospitalizados apresentaram cefaleia ou tontura, enquanto 5% dos pacientes gravemente afetados tiveram um acidente vascular cerebral.

Fonte: Revista Científica “Neurology”