Durante a atual pandemia, é fundamental que os cuidados com a saúde mental sejam incessantes, pois todas as consequências desse impacto psicológico podem abalar também a saúde mental dos que estão ao redor, expandindo a ansiedade, o medo, a angústia e outras sensações de comoção diante do isolamento social e das dúvidas. Nada obstante, os prejuízos psíquicos são inevitáveis, assim como, o agravamento da saúde mental dos indivíduos confinados nesse período.

Ainda assim, é importante ressaltar que nem todos os distúrbios psicológicos e sociais desencadeados pela pandemia poderão ser caracterizados como doenças. Para a classe médica, grande parte desses distúrbios será catalogado como reações corriqueiras diante de uma circunstância atípica. 

Interiorização psicopatológica

As formas mais preventivas quanto a interiorização psicopatológica impactada pela pandemia seriam: em primeiro lugar, o próprio reconhecimento e a receptividade dos medos e dos pânicos, buscando pessoas que sintonizem com sua faixa vibratória. Em segundo lugar, adaptar-se ao novo estilo de vida, montando planos e táticas às atuais conjunturas provocadas pela pandemia. E por último, conservar a dinâmica de comunicação socioafetiva, conectando mais pessoas do seu convívio diário, mesmo que seja virtual.

Destacam-se ainda alguns métodos para aqueles que se encontram reclusos e desanimados: Primeiramente, recompor as táticas e os dispositivos daquele cuidado que tenha utilizado nos instantes de instabilidade emocional e amargura. E em segundo, investir (mesmo em casa) na prática de exercícios físicos, técnicas de relaxamento e respiração, e vários outros procedimentos que possam auxiliar a focar a atenção em coisas positivas e produtivas no intuído de driblar as emoções prejudiciais.

Em meio a uma pandemia, a inércia e a modificação na forma de se alimentar se encontram entre as principais desordens comportamentais mais corriqueiras. Algumas regras para observar se uma reação psicossocial está se manifestando como sintomática seriam: traços de sofrimento (intenso ou não), comprometimento expressivo da conduta social, impasses consideráveis na vida familiar e profissional, entre outras. Tudo isso pode ocasionar a procrastinação e descontrolar o hábito alimentar, desencadeando a ansiedade. Desta forma, o enfrentamento da quarentena exigido pela pandemia é muito importante para a coletividade, e o espírito de solidariedade é fundamental para estimular a participação da sociedade.

Cuidado psicossocial

Quando falamos em saúde mental como fator desencadeante da pandemia, também temos que alertar os profissionais de saúde e trabalhadores em geral. Essas diretrizes estarão voltadas paralelamente no cuidado psicossocial desses profissionais e dos membros da família que, supostamente, tiveram contato com pessoas infectadas pelo vírus; e a maneira mais presumível de amenizar a situação envolveria:

1) Implementar um acompanhamento relativo ao bem-estar da equipe de forma regular, deixando-a à vontade para falar sobre seu estado mental e sua capacidade de trabalho;

2) Prover a equipe com conhecimento sobre a doença e treinamento sobre o uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual;

3) Revezar os trabalhadores entre atividades de alta e baixa tensão;

4) Zelar para que existam espaços adequados para alimentação e descanso;

5) Assegurar que os trabalhos sejam realizados em turnos definidos, com descanso regular;

6) Veicular ações de cuidado em saúde mental disponíveis para os trabalhadores, como suporte psicológico on line, equipes de saúde mental que possam atendê-los e/ou atuar junto a eles in loco com os pacientes, até núcleos de saúde do trabalhador.

Atendimento psicoterápico on line

Como podemos enxergar a assistência das equipes psicoterápicas de apoio na pandemia? A assistência on line atribui grande benefício na demanda de suporte psicossocial nesse período de pandemia, uma vez que corrobora com as recomendações de distanciamento social, quarentena e/ou isolamento domiciliar. Dessa forma, é possível evitar a movimentação desnecessária de pessoas e, ao mesmo tempo, garantir atendimento psicossocial e/ou psicoterápico de qualidade. A dispersão para a assistência distanciada exige moldes adequados à prática do profissional em exercício para que essa assistência siga o código de ética das categorias destes profissionais.

Os atendimentos psicossociais durante a pandemia requerem atenção a respeito do manejo, distinção sobre reações esperadas nesse tipo de evento e indicadores de risco: sintomas persistentes, complicações associadas (por exemplo, conduta suicida); comprometimento significativo do funcionamento social e cotidiano, depressão maior/unipolar, psicose, transtorno de estresse pós-traumático ou mesmo manifestação de sofrimento agudo intenso que ocasione a ruptura com as estratégias que promovam a vida, são quadros que requerem uma atenção especializada imediata. Reações de raiva, confusão e estresse agudo são comuns durante períodos de quarentena e isolamento.

E MAIS…  

Saúde mental das crianças na pandemia

Crianças têm uma forma diferente do adulto de compreender a pandemia e de comunicar seus sofrimentos e pesares. É importante, portanto, pensar estratégias de cuidado específicas para elas. Algumas crianças negam completamente ou se mostram indiferentes quando confrontadas com situações que causam grande sofrimento, como o afastamento dos pais, amigos ou professores. O impacto emocional gerado pelo sofrimento agudo, quando não adequadamente manejado, pode ser tão grave que as crianças se recusem a falar sobre o que viveram. Ajude as crianças a encontrar maneiras de expressar sentimentos, por meio de atividades criativas, como brincar e desenhar.