O termo bipolar, empregado para dar nome ao transtorno bipolar, se refere ao aspecto de oscilação entre os dois polos (extremos) do humor. Os episódios de depressão são marcados por uma incomum melancolia, tristeza profunda, lentidão e apatia (uma sensação de anestesia) que podem se arrastar por dias, semanas ou até meses. Já os episódios maníacos (eufóricos) são intensos. Tudo é muito impetuoso, urgente, agressivo e imediato. Nessa fase, que costuma ser mais breve que a depressiva, o consumo (de objetos ou substâncias) é compulsivo e irracional. Atitudes, falas e pensamentos ocorrem num ritmo muito acelerado.

Entre esses dois períodos, é possível que a pessoa se sinta em equilíbrio, vivendo uma vida considerada normal e capaz de conduzir a vida de forma saudável, mas aí vem o alerta: é importante buscar um acompanhamento profissional, com um psiquiatra e um psicólogo, para falar como se sente durante esses episódios, essas oscilações. É importante falar sobre essas sensações. Buscar ajuda não é e nunca será significado de fraqueza, muito pelo contrário: é força, é sinônimo de que o indivíduo quer alterar algo que está em desarmonia.

A maioria das pessoas já passou por momentos de oscilações. É absolutamente normal, pois nossa vida nada mais é do que altos e baixos e variações de humor. Isso significa que estamos reagindo aos eventos. Encontramos episódios que nos deixam eufóricos e passamos por situações que nos deixam tristes, como problemas e tropeços, entre outros. Mas quando isso deixa de ser uma mudança de humor normal para ser lido como sintoma de bipolaridade?

A grande diferença é que, na bipolaridade, as respostas aos eventos se prolongam muito, passando semanas ou até meses em euforia ou determinada tristeza. Em consequência, a pessoa se comporta de modo desconectado da realidade, arriscando sua segurança, seu corpo e sua mente. Em resumo, intensidade e tempo de estadia das emoções caracterizam a grande diferença entre o humor normal e a bipolaridade.

Na primeira situação, as emoções estão conectadas às suas causas. Mesmo que exageradas, elas estão num contexto. No segundo, essa coerência se perde, se esvai. Inclusive, é possível que tanto um episódio maníaco quanto um depressivo aconteçam sem um gatilho concreto. Ou seja, o bipolar pode se apresentar profundamente desesperançoso ou extraordinariamente animado sem que tais comportamentos se justifiquem por alguma eventualidade, sem ter um fato que justifique essas emoções.