O processo de aprendizagem requer do estudante condições neurobiológicas, cognitivas, emocionais e pedagógicas, além dos estímulos necessários em cada uma das fases de seu desenvolvimento.

Reconhecer o processo cognitivo e como o cérebro aprende é o primeiro passo para uma adaptação pedagógica em sala de aula, verificando como cada indivíduo processa as informações e como apresenta autonomia diferenciada de aprendizagem.

Autonomia cognitiva

É fundamental reconhecer a importância desse processo para melhor promover a inserção do “sujeito inacabado”, num permanente processo social de busca do conhecimento do mundo, de escolhas e decisões que permearão o crescimento social e intelectual desse estudante. (Freire, 2006).

O córtex órbitofrontal, região cerebral que permite que uma pessoa anteveja as consequências de suas escolhas, só amadurece no fim da adolescência. Por isso, ajudas e acompanhamentos são necessários até que nossos estudantes “caminhem sozinhos” no processo de aprendizagem.

Solidificação ética

Educar exige respeito à autonomia do educando, respeito à autonomia e à dignidade de cada um é solidificação ética que deve ser fornecida por cada participante do processo educacional. É esse respeito e acreditar nas possibilidades e capacidades individuais, juntamente com um educador comprometido, buscando novas propostas e experiências darão as bases necessárias para o processo o crescimento e a aprendizagem. (Freire, 2006).

E MAIS…

Como potencializar as funções cognitivas?

É possível estimular as funções cognitivas com ações simples e muito eficaz para o aprendizado e desenvolvimento da visão crítica do estudante. Algumas ações podem fazer a diferença não apenas nas aulas, mas para a vida do jovem. Os pais e profissionais da saúde mental também podem usar esses recursos para uma melhor comunicação e no self terapêutico.  

1 – Faça perguntas abertas utilizando a palavra “como”, ” quando”, “onde”, e “o quê”. Por exemplo: ” Como vocês acham que (…..) pode influenciar a vida de vocês?

2 – Estimule o jovem a compreender que decisões e pontos de vista formulados sob forte emoções podem ser muito diferentes do que seria esperado quando a mesma pessoa está tranquila.

3 – Encoraje os estudantes a utilizarem recursos de pesquisas sobre assuntos discutidos em aula e a montar uma opinião a partir da pesquisa realizada, para que o tema possa ser debatido e ele traga argumentos de defesa de seu ponto de vista.

4 – Em situações de conflitos pessoais, desafie positivamente o intelecto do estudante. Oriente-o a usar as emoções a seu favor. A raiva, por exemplo, pode ser vista como um motivador de mudança de pensamento, atitude, comportamento. Mas como ele pode aprender a lidar com os conflitos da melhor maneira? Esse aprendizado fará toda a diferença para o seu futuro como um ser social adulto.

Referências Bibliográficas:
Freire, Paulo. A Educação na Cidade, 7° edição, São Paulo. Cortez Editora, 2006.
Relvas, Marta P. Sob o Comando do Cérebro – entenda como a Neurociência está no seu dia a dia. Editora WAK, 2014, Rio de Janeiro.