Conceituar o ensino híbrido, ou blended learning, como uma das maiores perspectivas de metodologias pedagógicas da Educação do século XXI é relacionar os contextos das informações escolares permeados numa combinação entre o ensino presencial e as propostas do ensino online, a uma nova experiência do cerebral, integrando a educação à tecnologia, que já adentraram aos aspectos da vida do estudante, do educador, das famílias e da escola.

É preciso identificar a grandeza e a combinação entre as aprendizagens proposta para um novo modelo educacional, dai, prefiro assumir uma nomenclatura na língua portuguesa, como, “aprendizagem combinada” entre recursos e metodologias pedagógicas nos contextos presenciais e on-line.  

Nova proposta do fazer ativo

Na nova perspectiva escolar, a educação acadêmica assume uma função de promover uma pedagogia em prol do protagonismo do estudante à autonomia da aprendizagem combinada, e a sala de aula torna-se um espaço de investigações e curiosidades diante das informações oferecidas nas plataformas digitais, onde podem encontrar efetivas possibilidades e riquezas de conhecimentos para compor seus saberes.

 A proposta da aprendizagem combinada é desenvolver o autoconhecimento, potencializar o cérebro à capacidade das múltiplas habilidades e conexões neurais, por meio do fazer ativo. O estudante assimila melhor quando realiza ativamente uma atividade, quando se torna mais participativo, visível e valorizado no processo da aprendizagem. 

O ensino híbrido levado a sério, jamais substituirá o professor, muito ao contrário, ele passa a assumir uma função muito maior de orientador, a fim de despertar o interesse e a motivação dos seus estudantes com informações contextualizadas e coerentes, por meio das funções executivas, a atenção e a memória.    

Conectividade neural

A palavra “híbrido” é um termo usado na Biologia, especificamente na Genética que significa, produto da fusão de coisas distintas, e está sendo atualmente contemplado na Pedagogia Contemporânea, onde os instrumentos principais para o exercício de uma atividade em modalidade híbrida ou combinada são as ferramentas digitais. Engana-se quem pensa que basta colocar computadores na escola ou em casa e deixar os estudantes ali sem qualquer orientação, pois demanda uma abordagem de atividades síncronas e assíncronas para despertar a conectividade neural e emocional da aprendizagem.

Ao assumir a metodologia do ensino híbrido ou aprendizagem combinada em aspectos pedagógicos mais profundo, é fundamental que sejam repensadas a organização dos espaços da sala de aula, a elaboração do plano de metodologias pedagógicas, a gestão do tempo na escola, que perpassam efetivamente pela quantidade de horas de exposição perante as telas e a busca efetiva dos assuntos coerentes e interessantes para uma aprendizagem contextualizada e significativa.

A proposta da aprendizagem combinada ou para quem apreciar a nomenclatura, ensino híbrido ou blended learning, traduz uma relevância de atuação de trabalho colaborativo e um planejamento pedagógico docente, bem como, uma interação muito maior entre os envolvidos da aprendizagem escolar, ou seja, educadores, estudantes, famílias, gestores, políticas públicas, sociedade, fundamentandos na relação entre o cérebro cognitivo e a afetividade.

Importantes diferenças

A aprendizagem combinada ou blended learning, ou ainda, ensino híbrido é completamente diferente das metodologias do ensino tradicional, em que o professor(a) é o foco do ensino. Na perspectiva da aprendizagem combinada, o estudante é o co-responsável do aprender a aprender, interagindo com a informação e tendo o professor(a) como orientador(a) das pesquisas relacionadas aos assuntos pertinentes das áreas do conhecimento.

Na prática, pode-se dizer que o espaço da sala de aula, torna-se um laboratório de ideias e experimentações, o que antes era visto como um auditório, onde os estudantes assistiam aulas passivamente, acreditando que aprendiam somente ouvindo. Atualmente, com a metodologia da aprendizagem combinada pelo ensino híbrido, o cérebro do estudante é estimulado a pensar criticamente, a trabalhar em grupo e a ver mais sentido no conteúdo desenvolvido, sendo contextualizado para as demandas do cotidiano, além da efetiva pesquisa por meio dos hipertextos contextualizados das plataformas educacionais digitais, games educacionais interativos, muito mais dinâmicos.

O ensino híbrido, tem como metodologia prioritária a “mão na massa”, e afirmo, não basta apenas colocar a “mão na massa”, como uma relação para aprendizagem sensorial, mas sim, disponibilizar “mais amor na massa” para poder atuar de maneira diferenciada, singular com objetivo à atender as necessidades de cada envolvido no ato de aprender de forma efetiva e prazerosa.

E MAIS…

Transformações importantes no cenário contemporâneo da Educação

É fundamental que a plataforma didática digital seja contemplada com informações para serem lidas, comentadas, apresentadas, recheadas de saberes pertinentes, interessantes, que deverão ser disponibilizadas diante de rotinas previamente combinadas entre os pares envolvidos na produção e autopoiése do conhecimento escolar.

Sem dúvida, essa proposta demanda um trabalho maior dos educadoras(es), pois é necessário fornecer previamente as informações pertinentes, a fim de perceber as necessidades e demandas dos seus estudantes.

Para os pais o desafio é a maior participação efetiva na construção de saberes de seus filhos e filhas, sendo que diante desses fatos, será necessária uma mudança de atitude, comportamento e pensamento em prol da Educação que não poderá tornar-se obsoleta no cenário contemporâneo, ou seja, há de se promover efetivamente, uma neuroplasticidade efetiva na modificabilidade cerebral e mental dos envolvidos na aprendizagem escolar.

A educação escolar precisa acompanhar os novos rumos das novas tecnologias de um mundo organizado em um clique, em likes, sem perder a oportunidade da amorosidade, generosidade, empatia, pois diante deste novo cenário educacional, muitos estudantes ainda são excluídos do universo digital. Por isso, a metodologia pedagógica na modalidade da aprendizagem combinada, híbrida, blended learning, atende demandas tanto para quem tem a disponibilidade digital e para aqueles que ainda não foram contemplados.

Acredita-se que a tendência será a democratização das ferramentas digitais com investimentos e políticas públicas que viabilizem a educação para uma escola mais humanizadora, em que nenhum estudante ficará sem informações acadêmicas fundamentais para o seu desenvolvimento do cérebro intelectual, cognitivo, emocional e social diante da sociedade, da pesquisa, da ciência e do trabalho.      

Referência Bibliográfica:
RELVAS, M.PIRES. A Neurobiologia da Aprendizagem para uma escola humanizadora: observar, investigar e escutar. WAK EDITORA, 2017, RJ.