A relação entre o autismo e a inteligência intriga os cientistas. A partir desse questionamento, pesquisadores brasileiros estão estudando a correlação genética que une algumas pessoas com transtorno do espectro autista (TAE), que portam o que anteriormente era conhecido como Asperger, e a capacidade intelectual. A neuropsicóloga Natalie Banaskiwitz, integra uma equipe de especialistas que investiga a relação entre pessoas com níveis baixos de TAE e a inteligência. Os resultados preliminares têm revelado descobertas intrigantes, sugerindo semelhanças comportamentais entre esses indivíduos e os superdotados, bem como uma surpreendente correlação genética entre o autismo leve e a capacidade intelectual.

A análise genética em pessoas com alto QI frequentemente revela predisposição ao TEA. Tal descoberta despertou atenção para a necessidade de um mapeamento minucioso. É importante ressaltar que a pesquisa se concentra no antigo termo Asperger, não no autismo em geral, uma vez que alguns níveis de autismo podem incluir déficits cognitivos. Para o DSM-5, o Asperger é retratado como um tipo de autismo, porém mais leve.

Com descobertas como os comportamentos semelhantes entre indivíduos com TEA de alto QI e os superdotados, espera-se que esse estudo contribua para uma compreensão mais aprofundada dessas condições e possa auxiliar no diagnóstico precoce. Os cientistas envolvidos acreditam que esse trabalho trará novos insights sobre as interações fascinantes entre diferentes aspectos do cérebro humano, abrindo caminho para avanços significativos na área da saúde mental.

Semelhanças

A neuropsicóloga comenta sobre as semelhanças entre o antigo Asperger e a superdotação: “Existem alguns comportamentos que podem se assemelhar entre essas duas características. É importante ressaltar que nem todas as pessoas com o TEA apresentam superdotação e nem todas as pessoas superdotadas têm características do espectro autista. No entanto, alguns pontos de semelhança podem incluir um interesse profundo e intenso em áreas específicas, habilidades cognitivas acima da média, memória excepcionalmente detalhada, desafios em interações sociais e um senso de perfeccionismo”.

Essa pesquisa pioneira no campo da neurociência está trazendo novos insights sobre a relação entre o antigo Asperger e a capacidade intelectual, destacando a importância de compreendermos melhor essas condições e promovermos uma maior inclusão e apoio às pessoas que convivem com elas.