Essa magnífica máquina tem o poder de dirigir todo o sistema orgânico. É ela que coordena os batimentos cardíacos em cadência com o efeito sanfona gerado pelos pulmões nos intervalos da respiração; na ingestão alimentar, desde a mastigação bucal até a fase final das funções intestinais; no apontar do dedo indicador para todos os lados; nos sentimentos de amor de um ser para com outro; nos pensamentos positivos ou negativos; no sono reparador de energia; no orgasmo produzido pelos estímulos sexuais; no olfato, na visão, no tato, no paladar, no ouvir. Todas estas particularidades são gerenciadas pelo cérebro. Sua função mais significante, sobretudo, é a de estabelecer o contato direto com os estímulos exteriores, fornecidos pelos cinco sentidos humanos, transformando-os em impulsos eletromagnéticos que acionam imediatamente todo o campo neuronal, arquivando e fixando na memória todos os dados acionados. É exatamente nessa memória que o campo cerebral atua quando necessita coordenar nossos movimentos articulares, quando precisa elaborar projetos, quando precisa organizar nossos pertences, quando registra fatos importantes. 

Capacidade fantástica 

Conforme registro de pesquisas científicas, os conceitos foram unânimes entre especialistas dos países mais desenvolvidos do globo terrestre, a ponto de a mídia científica declarar: “O cérebro é a única e exclusiva invenção do mundo que tem o poder de desvendar a si próprio.” Essa frase nos permite pensar que jamais poderemos ignorar a existência de “algo por trás disso tudo”, pois que ainda não existe explicação plausível para que possamos compreender as funções tão harmoniosas dessa fantástica invenção. Consideremos que nunca, ao passar dos séculos, foi desenvolvida máquina mais completa que o cérebro. Nem o computador chega a tamanha engenharia. Para que o computador funcione é necessário que algum impulso humano o acione. A mente humana exerce poderes espetaculares de modo que nem o próprio ser humano consegue decifrá-la com clareza. Depois de concluir seus estudos acerca do cérebro, o cientista Albert Einstein referiu-se sobre a mente: “Chega uma hora em que a mente alcança um plano mais alto de conhecimento, mas nunca consegue demonstrar como chegou lá.”

Reflexo comandado pela mente

A complexidade refinada da mente não ignora a inteligência emocional. Essa inteligência exibe ampliada sensibilidade. Ela pode sentir todos os efeitos ocorridos no dia a dia de um ser humano. Ao pensar negativamente, com ódio acirrado sobre alguém, automaticamente o sistema operacional do cérebro registra essas informações e, consequentemente, reflete no corpo físicoemocional, como sintomas de enfermidades nomeadas pela ciência da saúde mental como “processos psicossomáticos”. Simplesmente, nesse caso, o cérebro reflete as ondas negativas para o corpo físico, por meio de impulsos elétricos, informando que algo está errado em seu metabolismo, transformando o ódio em sentimento de aflição. É interessante frisar ainda que, quaisquer que sejam os sentimentos negativos registrados pelo cérebro, e que enviamos a uma pessoa de origem, é perfeitamente natural sentirmos primeiro a carga desse ódio (como um raio laser) em forma de mal-estar orgânico, emitida inicialmente para a outra pessoa. Seria bom se todos nós empregássemos o seguinte provérbio oriental, em metáfora sobre o sentimento do ódio: “Quando apanhamos lama no chão para jogar em alguém, seremos nós mesmos os primeiros a nos lambuzar com a própria lama.” 

Derrubada de tabus

As linhas entre as fronteiras da mente humana são extremamente tênues, imperceptíveis à nossa imaginação. Somente uma inteligência suprema para criar tal arquitetura, a ponto de fazer essa máquina pensar e raciocinar. Ao mesmo tempo, vê-se o amplo progresso nos esboços, nas pesquisas e nas análises da Medicina e da Neurociência em citação à gigantesca cadeia de neurônios que comporta o cérebro. A ciência vem conquistando através dos tempos, admiráveis resultados nas investigações, diagnósticos, terapêuticas e tratamentos das diversas doenças cerebrais, tentando desvendar os mistérios da mente, buscando a cura dos processos até hoje chamados incuráveis. 

Os profissionais da medicina estão em busca de novos recursos, como aparelhagens sofisticadíssimas para utilização em problemas de difíceis soluções, como lesões cerebrais provocadas por acidentes com perda de massa encefálica, o que facilita a recuperação mais rápida dos pacientes. Não há dúvida de que essa luta é um desafio para a medicina; no entanto, a perseverança dos incansáveis homens da ciência vem derrubando tabus e, a cada dia, fantásticas descobertas são reveladas, alimentando esperanças naqueles que dificilmente conseguem alcançar a cura desejada.

Há de se louvar, nesse mar de problemas e dificuldades, a esplêndida contribuição dos neurocientistas, psiquiatras, psicanalistas, psicólogos e todos aqueles que operam na área da saúde mental, com metodologias cirúrgicas, exercícios, treinamentos e procedimentos educativos da mente ao enfermo do cérebro que, ao receber essa gama de assistências, já consegue pausadamente se locomover, falar, gesticular ou, até mesmo, regressar às suas atividades normalmente.

Atribui-se a esse estado de rápida recuperação à primorosa capacidade de adaptação do cérebro, fato que deslumbra a ciência, entusiasmando aos dedicados profissionais a prosseguir com as pesquisas, a fim de se aperfeiçoarem nas suas idealizações e no progresso dos estudos sobre a incógnita do cérebro.

E MAIS… 

A memória é uma caixa de segredos

No vai e vem dessas explorações científicas, em torno do cérebro, pode-se acompanhar pela mídia que o maior avanço dessas pesquisas está no campo da memória. Considera-se, atualmente, que na memória do ser humano está a chave dessa caixa de segredos que futuramente irá desvendar o quebra-cabeças ainda ignoto na inteligência humana.

Mas como funciona a memória humana? Que processos estão envolvidos?

A memória divide-se em 3 categorias:

  • A memória sensorial (serve para reter as informações que nos chegam pelos sentidos, isto é, a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar). A informação que nos chega pelos sentidos é processada, analisada, interpretada e guardada no cérebro em menos de 2 segundos. É como se fosse uma memória imediata. Quando o cérebro precisa de mais tempo, recorre ao próximo tipo de memória.
  • A memória de curta duração. Quando o nosso cérebro entende que a informação que está a receber é importante, a informação é transferida da memória sensorial para a memória de curta duração. Nela, podemos memorizar até 7 informações durante cerca de 30 segundos. Se necessário o armazenamento durará mais tempo e, então, o cérebro recorre ao último tipo de memória.
  • A memória de longa duração. Quando a memória ultrapassa os primeiros dois tipos, a informação pode ser guardada no espaço de longa duração. Esta é a parte da memória mais interessada que nos permite guardar as informações de várias formas, mas sempre de uma maneira cronológica, já que é o tipo de organização a que estamos habituados.

E como é que a memória classifica e processa a informação?

Existem também 3 categorias:

  1. Memória Semântica: é onde o cérebro pega o que está armazenado na memória de longa duração e formula as nossas ideias, os nossos conceitos e os significados que lhes correspondem.
  2. Memória de Processo: é a parte da memória de longa duração onde é guardada a informação sobre os processos que sabemos executar: andar, falar, raciocinar etc.
  3. Memória Esporádica: é a parte da memória de longa duração que nos permite recuperar episódios vividos no passado.