Embora hoje se saiba que o cérebro é o principal órgão envolvido no lado emocional, o coração contribui para esse processo segundo o médico cardiologista Roberto Yano. Ele afirma que é possível observar efeitos do sentimento de amor no coração, mas eles são passageiros e não são causais.

“A saúde emocional está muito relacionada ao funcionamento do coração, pois, por exemplo, durante sentimentos positivos, há liberação de hormônios do bem-estar, como a serotonina e dopamina, que contribuem para manter a pressão arterial mais regular, reduzindo também o estresse, o que afeta positivamente o coração”, explica.

Complementa, no entanto, que esses efeitos não são tão relevantes a ponto de causar algum mal, gerando apenas sensações de bem-estar, as famosas ‘borboletas no estômago’. “Ou seja, o coração não está ligado à ‘criação’ do sentimento; esse processo é dirigido pelo cérebro, mas a parte emocional gera impactos em todo o corpo, no sistema nervoso, imune e também circulatório”, ressalta.

Por outro lado, uma saúde emocional desregulada pode afetar bastante a saúde cardiovascular, principalmente quando causa estresse e ansiedade, aumentando a pressão arterial e, em casos extremos, especialmente quando a pessoa já tem uma cardiopatia prévia, pode causar até mesmo um infarto.

“Quando alguém está sob forte emoção, o corpo sofre uma grande descarga de adrenalina, um hormônio que aumenta o nível de glicose, eleva a frequência cardíaca, aumenta a pressão arterial e libera outras substâncias estimulantes, o que expõe o coração a um enorme estresse”, relata.

Acrescenta que esse estresse causado em situações de grande emoção, positiva ou negativa, em pessoas saudáveis, pode causar apenas um leve desconforto, como após um susto, por exemplo. E em pessoas com problemas cardíacos graves pré-existentes, pode levar até a um infarto agudo do miocárdio.