Quem nunca se perguntou como chegar a tão sonhada felicidade? Para muitos, isso é quase inalcançável. No entanto, tudo não passa da mais pura e simples química. De acordo com a neuropsicóloga Roselene Espírito Santos Wagner, a felicidade pode ser produzida pelo nosso cérebro por meio de atividades e comportamentos que podem produzir e liberar neurotransmissores de bem-estar e alegria.

Conforme Roselene, as substâncias químicas da felicidade são:

Endorfina

Um analgésico natural do corpo. Uma pessoa “endorfinada” não sente dor. Além de ter a função de amenizar a sensação de estresse e ansiedade, possui ainda um efeito euforizante. “É produzida pelas glândulas suprarrenais e liberada na corrente sanguínea por estímulos motores como atividade física, relação sexual e alguns alimentos picantes e ricos em capsaicina, como pimenta-malagueta, pimenta-dedo-de-moça, pimenta-caiena e chili”, relata.

Serotonina

É um neurotransmissor que atua no sistema nervoso central e é envolvido na regulação do humor, da ansiedade e do sono. A baixa ou a falta desse neurotransmissor pode levar a pessoa à depressão. Promove também a regulação da pressão arterial, da temperatura corporal e da função intestinal e a saúde mental. Auxilia, ainda, na regulação do apetite e diminui a ansiedade. “Esse neurotransmissor é responsável pelos processos motivacionais, engajamento e prazer na realização, conquistas de objetivos”, complementa.

Alimentos ricos em triptofano também podem ajudar a aumentar os níveis de serotonina no cérebro, entre eles, os de origem animal (queijo, frango, peru, ovos e salmão); frutas (banana, abacate e abacaxi); vegetais e tubérculos (couve-flor, brócolis, batata, beterraba e ervilhas); frutas secas (nozes, amendoim, caju e castanha); soja e derivados; algas (spirulina e algas marinhas); cacau e canela.

Dopamina

Produzida pelas glândulas adrenais, pode atuar como um hormônio no organismo, desempenhando um papel importante para a regulação da pressão arterial e podendo afetar outras funções do corpo, como a produção de leite materno e o comportamento social. “A escassez de dopamina no cérebro pode desencadear transtornos do humor, como a depressão e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)”, afirma.

Ocitocina

Produzida pelo hipotálamo e pela glândula pituitária, esse neurotransmissor atua na regulação da pressão arterial, da produção de leite materno e no comportamento social. A ocitocina é liberada diante do toque, do contato físico e até mesmo da visualização de imagens de cuidados maternais. “É conhecida como hormônio do vínculo e apego e é importante para a formação e manutenção de relacionamentos sociais. Nas relações sexuais, homens liberam dopamina (prazer), mulheres liberam ocitocina (vínculo), isso nos explica muito das diferenças de comportamento”, detalha.

Roselene explica que é preciso ativar os quatro efes para ser feliz: foco, força, fé e festa. Bem como ter comportamentos para produzir a fantástica neuroquímica desse “quarteto hormonal”: atividade física, alimentação equilibrada, relações saudáveis, técnicas de relaxamento (yoga, respiração consciente, meditação), planejamento do futuro, exercitar comportamento de gratidão e empatia, relembrar momentos agradáveis, relações sexuais satisfatórias, contato com a natureza e sono de qualidade.