Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006, a auriculoterapia é um recurso terapêutico natural com eficácia comprovada por centenas de artigos científicos.

Não à toa, o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Bireme/Opas/OMS) realizam uma série de estudos sobre como a prática contribui para o cuidado de diferentes problemas de saúde.

Pesquisa consolidada

A docente, mestre e doutora pela UFPR e especialista em auriculoterapia, Dra. Lirane Suliano, também é uma das pesquisadoras que atua na busca de comprovações científicas dos benefícios da técnica.

Ela apresentou uma pesquisa com neuroimagens que comprova a atuação da auriculoterapia no sistema nervoso central.

A relevância do estudo foi tamanha, que ela participou do Congresso Internacional de Acupuntura em Boston, na Universidade de Harvard; no Congresso Internacional de Medicina Tradicional Chinesa, na China; e também em congressos nas cidades de Barcelona, Chicago, Munique e Dubai.

“Os resultados permitiram observar que a auriculoterapia neurofisiológica, e especialmente os três pontos estudados quando aplicados em conjunto, apresentou efeitos no sistema nervoso autônomo e foram captados pelo equipamento de neurometria”, explica a especialista.

Metologia e resultados

O estudo clínico de Lirane Suliano foi realizado com voluntários saudáveis, homens e mulheres na faixa etária de 25 a 55 anos de idade. Eles não faziam uso de medicação contínua, não eram fumantes e nem tinham histórico de doenças.

Por meio de sensores conectados nas mãos e na cabeça, o exame de neurometria foi realizado em três pontos do pavilhão auricular e metrificado em três momentos, sendo analisadas as imagens cerebrais aos 15 minutos após a aplicação, após 24 horas e após 48 horas.

Durante o monitoramento foi registrado o controle de ansiedade e as variações cardíacas dos voluntários por meio de parâmetros específicos.

Redução dos níveis

Na pesquisa os voluntários tinham grau de estresse de grave a leve e quadros de exaustão das adrenais.

Após 48 horas da aplicação da técnica percebeu-se a redução dos níveis de ansiedade e estresse.

“A ansiedade está intimamente associada ao sistema nervoso simpático e os indivíduos estudados tinham sintomas compatíveis com estresse e exaustão. Após a aplicação foram percebidas melhoras funcionais e um aumento na atividade dos neurotransmissores, e ao mesmo tempo um estado de relaxamento, controle da ansiedade e também da frequência cardíaca”, relatou a Dra. Lirane Suliano.