De que forma a companhia e a presença de pets em casa e até mesmo no trabalho pode contribuir para a saúde mental das pessoas e por que isso acontece?

Que os nossos animais de estimação trazem benefícios à nossa saúde física e mental, todos tínhamos essa consciência ou pelo menos desconfiávamos. Então, sim, ter pets em casa ou no trabalho, com certeza, ajuda a melhorar nosso ambiente.

Mas por que a simples presença de um gato, cachorro, pássaro ou demais bichinhos (às vezes alguns exóticos, como cobras, aranhas e iguanas) contribuem tanto? Desde 1792, na Inglaterra, temos registros da utilização de animais como mediadores terapêuticos com pacientes com transtornos mentais.

No Brasil, nossa grande referência na saúde mental, a médica psiquiatra Nise da Silveira, já em 1955, começou a perceber que a presença dos animais nos pátios dos hospitais trazia um alento aos pacientes, que melhoravam muito sua socialização, ficavam mais calmos, menos agressivos e com melhoras cognitivas e emocionais significativas.

Animais não julgam, não cobram e sentem quando estamos com estados mentais alterados, seja por nossa respiração, seja por nossa inquietação física na forma como os tocamos ou eliminamos odores característicos de nossas emoções expressas.

Una isso ao fato de que nossas rotinas são quebradas por olhares, trocas de afeto, a necessidade de um cuidado com a alimentação, hidratação ou um eventual passeio com nossos pets e que essas pequenas pausas nos proporcionam uma quebra importante de tensão psíquica e ajudam a oxigenar nosso cérebro, o que melhora nossa capacidade mental e fluidez de pensamentos. Certamente os resultados são processos de trabalho mais leves e menos desgastantes.

Deixo aqui meu registro de que até o pai da psicanálise, Sigmund Freud, atendia na sua clínica com a presença constante de cães. O mais famoso foi Jofi, um cão da raça chow-chow.