O Corpo Humano sempre foi objeto de estudos, pesquisas, análises, interpretações e diagnósticos, tanto para a Medicina, Antropologia, Filosofia e a Psicanálise.

É nele que reacendo a expressão das dores, sofrimentos, Traumas, medos, solidão. Sigmund Freud, ao estudar os sintomas da histeria, teve como ‘bússola’ a expressão psicossomática promulgada no Corpo. 

O artigo, promulga trabalhar o Corpo como Simbólico emocional, expressando como sintomas, as quais, a Psicanálise interpreta como repressão, recalque, linguagem, que necessita ser lida, analisada, para deste modo, chegar à Consciência do paciente.

Consciência em Transformação

A Psicanálise utiliza-se do corpo do paciente para análise e interpretação dos sintomas. Desde seu início, o foco de estudos e pesquisas, sempre foi aquilo que o Inconsciente lança para o Corpo.

O analista, analisa e interpreta estes conteúdos tanto manifesto como latente. A cura acontece no momento em que nomear, ressignificar e elaborar.

Tudo o que pensamos, sentimos é convertido para o corpo. As células sentem, absorvem e elaboram cada acontecimento, fato, ou situações emocionais. Tudo o que somos, cada órgão do organismo, está interconectado com a mente.

Chopra, “imaginemos neste instante que todas as células, sejam tão conscientes quanto uma pessoa”(2016, p.246), capazes de incluírem atitudes e tomada de decisões. A medicina ortodoxa, exclui essa realidade, afirmando que a tanto a mente ou as emoções, não interferem no processo de adoecimento.

Freud elabora os processos mentais inconscientes, a teoria da resistência, recalque e repressão como adoecimento, associados à energia libidinal ou prevenção sexual, conceito de principio do prazer. Carl Gustav Jung, utiliza o conceito de libido numa abordagem mais abrangente, a essência de um princípio patoenergético.

O Corpo elabora, sente, e absorve todos os conteúdos emocionais, assim como, cada pensamento. Quando ameaçado, adapta-se as situações de estresse ou sofrimento, aderindo perda de energia e capacidade de recuperação. Como processo de transformação e consciente, consegue se recupera quando há equilíbrio e harmonia.

Há uma Consciência no corpo, com atitude, inteligência, determinação, frente às mensagens que são envidas.  A doença é a falta desta Atitude Consciente. Por isso, que reflete’ as dores, sofrimentos, medos, rejeição, abandono, em modo de Sintoma, sendo, então, projetada ao corpo.

O processo emocional

Emoções negativas, emitem energias bioquímicas capazes de causar lesões no organismo. Daniel Goleman, fala da Inteligência Emocional, na importância que representa, tanto para o adoecimento ou cura do organismo.

Tristeza, medo, raiva, solidão, gera ações autodestrutivas, capazes de causar lesões nos órgãos. Movimentam-se sobre o corpo, possibilitando muitas reações, no organismo.

Sempre as emoções vão ter finalidade e objetivo. Conflitos emocionais podem adoecer o organismo, possibilitando sua morte, exemplo disso, é o câncer. 

Atualmente, pesquisas atestam, que as causas principais desta patologia, está ligada as  emoções de tristezas, raiva, medo, ódio, que estão bloqueadas. Sendo complexas do que qualquer doença, impetra modificar o sistema imunológico, repercutindo no núcleo das células. Para Chopra, “as emoções produzem reações potentes, e todas as necessidades mencionadas geram mudanças no corpo” (2016, p.242).

Todas as doenças são psicossomáticas que envolvem a mente e o corpo. Atualmente a mentalidade é organicista, por isso, que o adoecimento é físico e metal. A mente funciona com o corpo, ambos estão totalmente conectados.

A psicossomática como estrutura da personalidade, tendo como discurso o método da medicina. A Psicanálise mergulha naquilo que permanece reprimido e recalcado.

Jacques Lacan, fala do sujeito psicossomático, aquele que introduz mecanismos para si. Para ele o paciente com essa patologia, expressa no corpo, como ordem de escrita ilegível, comparando a hieróglifos. O que mantém é a fixação no gozo, permanecendo latente.

Esse gozo gera uma sensação de prazer. Como desejo não consciente, não simbolizado, a Sombra para Jung, reprimida, somatiza em gozo no corpo. Nasio, “é o representante, no inconsciente, do gozo, isto quer dizer que a única amostra de um gozo ao qual não temos acesso” (1993, p.42).

Essa energia (gozo), recalcada, ocasiona o adoecimento do órgão, que apresenta-se no corpo, escondendo essa representação simbólica. Ao ser representado por significados, linguagem, não consciente, explode em forma de sintoma. O corpo no significante, expõem um traço que é uno. Isto é, um desejo reprimido, oculto, que permanece ligado diante de um acontecimento traumático, não nomeado.

O corpo é o lugar: da dor, sofrimento, medo, angústia, infelicidade, Traumas, segredos, abandonos. Conteúdos não falados, não elaborados, o fantasma, são transmitidos para o corpo.

Ao entrar em desequilíbrio, desordem, desarmonia, o organismo entra num processo de falência e morte. Ao falar, ressignificar, elaborar e trazer para a Consciência, o corpo consegue e reestruturar e se equilibrar. A análise modifica, paradigmas, crenças e padrões, possibilitando a mudança do paciente no Estado Consciente.

E MAIS…

O corpo sempre foi cenário para a Psicanálise

O lugar as quais, as emoções se expressam e comunicam, permanecendo psiquicamente bloqueadas. O analista, procura ler, interpretar, esta linguagem não simbólica. Sempre as doenças psíquicas antecedem as orgânicas, focando seu reflexo no corpo, como expressão psicossomática. Ao ter Consciência destes conteúdos, o organismo fortalece para equilibra-se na saúde e bem-estar.

Referências
CHOPRA. Deepak. Supergenes: Ative o Extraordinário poder do seu DNA para ter mais Saúde e Bem-estar. São Paulo: Alaúde, 2016.
NASIO, J.D. Psicossomática: As Formações do objeto a. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.