O cérebro humano por meio do seu desenvolvimento nas áreas dos lobos parietais, tem a capacidade de se organizar para novas conexões neurais ao receber estímulos que permeiam pela multissensorialidade, o que significa dizer que apreende e aprende pela riqueza das experiências sensoriais, investigações e descobertas usando o corpo integralmente por meio da propricepção.
Sem dúvida que a qualidade do espaço é o resultado de muitos fatores, pois, influencia as formas, a organização funcional, as percepções sensoriais, como por exemplo a luz, a cor, a sombra, o som. Portanto, um ambiente deve ser visto como um espaço multissensorial, não apenas por ser rico em estímulos, mas um ambiente multifacetado de possibilidades de valores sensoriais para despertar a consciência dos indivíduos pertencentes a um determinado espaço. Por esse motivo, o cérebro e a mente humana, tornam-se disponíveis para o aprendizado.
Sentidos biológicos
Estudos neurobiológicos têm demonstrado que as crianças nascem com uma capacidade genética que lhes permite explorar e interpretar a realidade por meio dos seus sentidos biológicos. A funcionalidade sensorial pode favorecer a ação do protagonismo na construtividade do conhecimento no cérebro durante a infância, possibilitando a repetição e a formação da memória individual e ou coletiva. Portanto, as escolas, devem ser capazes de construir possibilidades sensoriais para fomentar as percepções a fim de desenvolver e refinar o aprendizado, com estímulos de qualidade.
A escola ideal é aquela que o espaço possa vir a ser transformável, personalizado, flexível, aberto à novas marcas pessoais a fim de construir uma identidade própria e humana. É um caminho que possibilita diferentes maneiras de ser ocupado e utilizado no decorrer dos tempos.
Função dinâmica do cérebro
A individualidade do cérebro humano permite a repetição para adquirir e assimilar novos aprendizados. É o próprio indivíduo no processo da aprendizagem quem, ao interagir com a realidade do espaço, constrói e descontrói, faz transformações e cria conexões em teia entre os objetos e a possibilidade de criação. O cérebro humano desempenha uma função dinâmica e realiza uma função organizacional na cognição, sendo que o processo da aprendizagem, parte do desejo individual, e a capacidade de repetição, torna- se um exercício importante para aquisição de novos conhecimentos.
Por meio dos estudos do funcionamento do cérebro, pode-se reconhecer quanto o ambiente físico da escola e a neuroprendizagem estão sendo um processo inovador na área pedagógica. Portanto, conhecer as diferentes estruturas cerebrais e a relação com os espaços físicos é compreender o processo cognitivo, dos nossos estudantes, bem como, refletir sobre a inclusão das condições específicas das necessidades educativas especiais no espaço escolar, pois, a aprendizagem afetval acontece em um contexto dinâmico, relacional e emocional inconsciente. A emoção vai dando forma à cognição e a aprendizagem.
É importante estimular o prazer na aprendizagem
A função da escola e do educador nesse processo é: promover eventos que colaborem com a sociabilidade e o prazer de aprender de maneira mais solidária e cooperativa, auxiliar a negociação de conflitos, ensinar a assumir responsabilidades por ações e seus comportamentos afins de não imputar culpa aos outros.
A criança quando vai à escola geralmente é um misto de alegria e ansiedade, tanto para as crianças como para os pais, reagindo de maneiras diferentes uma das outras. Problemas emocionais exigem um olhar e um acompanhamento, muitas vezes, específicos, pois podem desencadear distúrbios psicossomáticos, tais como: cefaléia, diarréia, dores de barriga e outros, que são transitórios. Logo que a criança se adapta à escola e os sintomas e sinais desaparecem. Essas reações, podem estar relacionadas com o ambiente sensorial escolar.
A qualidade da educação deve ser atribuída à escola, aos educadores e aos pais, a fim de se evitar a decadência silenciosa do aprendizado. O incentivo, portanto, é fundamental para a progressão e melhoria do desempenho geral do indivíduo. Em síntese, é preciso garantir que o estudante tenha percepção integrada de si mesmo com objetivo de interpretar adequadamente os sinais sociais, promovendo então a básica capacidade de confiar no outro e aceitar transitoriamente a dependência para o desenvolvimento.