Feto é o embrião em desenvolvimento, isto é, fixado no útero e sendo nutrido e mantido pelo cordão umbilical e, portanto, está fisicamente em simbiose com o corpo que o abriga.

No momento da fecundação, o ovo se mantém energeticamente, mas está em pleno processo de multiplicação de células, que por sua vez precisam ser alimentadas. O gasto de energia é imenso e sua reserva é finita. O que fazer? Construir uma via de acesso ao corpo para poder ser nutrido e continuar a crescer. O corpo abandonado na ovulação é solicitado novamente, agora com outro contexto: o de autorizar e viabilizar a existência. Com a superação da rejeição sofrida, a matriz autoriza e viabiliza a solicitação. É a reparação pela agressão realizada.

O embrião, temeroso por já ter sido atacado pelo sistema imunológico do corpo, confia acreditando na autorização e investe nesta confiança, pois precisa desta nova condição para manter-se vivo e evoluir. Inicia-se um dos momentos mais complexos do período intrauterino: o ovo reúne suas forças e começa a “escavar” o endométrio, tecido que reveste a parede uterina, ricamente vascularizada composta por capilares sanguíneos preparado pelo corpo com a finalidade de nutrir o feto.

O embrião deve ter energia e instinto de sobrevivência suficiente para esta tarefa crucial e o corpo a doação. Não podemos esquecer que o cordão umbilical é o meio pelo qual o bebê se alimenta, portanto, o primeiro seio materno.

Emoção via cordão umbilical

Por meio do cordão umbilical surge a inter-relação física emocional energética entre mãe e filho, como também, e isso é importantíssimo, os primeiros contatos com o meio externo, através das reações emocionais da mãe frente ao que pensa e sente em relação às situações que vivencia no seu cotidiano.

Com isso, as alterações neuro-hormonal ou humoral da mãe, decorrentes a alguma perturbação emocional, social ou orgânica, causam liberação de determinadas substâncias na corrente sanguínea que são levadas ao feto pelo cordão umbilical, agindo diretamente no seu estado emocional, imprimindo sensações proprioceptivas e determinando a memória celular.

Fecundação não natural

Há casos em que a gestação não pode ser de forma natural. Isso acontece por diversos motivos e a Ciência traz alternativas de fecundação. O embrião pode estar congelado para ser fixado depois de anos de ter sido fecundado, o feto não. A fixação pode ser no corpo que o produziu (matriz genética) ou em outro que esteja preparado para a recepção e concepção (barriga de aluguel). Portanto, o embrião (possibilidade de um novo ser existir) é o estágio anterior ao feto (um ser em desenvolvimento).

Em clinicas de reprodução assistida, dependendo das dificuldades apresentadas pelo casal, são desenvolvidas condições ideais para a fecundação em laboratório, isto é, fora do útero. Neste ambiente são produzidos dúzias de embriões (início da reprodução celular, resultado da união do óvulo e do espermatozoide) do mesmo casal, para serem selecionados por critérios específicos de vitalidade e perfeição e introduzidos (de 2 a 5 geralmente) no útero para poderem se fixar e se tornarem fetos (a gravidez desejada).

A ciência conseguiu criar e desenvolver embriões, mas para se tornarem fetos, porém, variáveis psíquicas – emocionais – sociais – energéticas não plausíveis de “controle laboratoriais”, são determinantes e fundamentais para o êxito do processo.

Formação psicoemocional

Fatos ocorridos no período do desenvolvimento bio-evolutivo e psico-afetivo-emocional do indivíduo antes do nascimento influenciam nas sensações, percepções, sentimentos, comportamentos e até traços da personalidade desta pessoa. Isso ocorre de forma energética, e totalmente subjetiva, desde os primeiros dias da fixação do cordão umbilical. O aspecto de captação das energias psicoemocionais vividas nas situações extracorpóreas (sociais) da matriz e que influenciam seu emocional e sua corporalidade, é vivenciado pelo feto. Logicamente, quanto mais maduro (mais semanas de vida) tiver o feto, maior sua capacidade de captar, pois suas vivencias anteriores (já podemos dizer isso) associada a órgãos sensoriais mais desenvolvidos, dão maior recursos de registros e captação para o feto. 

Portanto, as situações reais e as impressões sobre elas vão ser registradas e serão decisivas na formação psicoemocional e como consequência influenciará e norteará uma tendência da pessoa se interpretar ao mundo e as situações vividas. O termo “tendência a ser seguida” deve ser usado, pois não é só esse fator que determina a interpretação de mundo, como veremos e explicaremos mais à frente.

O feto é possuidor de sensações, percepções, sensibilidade, traços rudimentares de personalidade, início da vida afetiva e emocional vinculada à mãe por meio da comunicação empática, energética e fisiológica. Sente prazer e desprazer, tristeza e alegria, angústia ou bem-estar.

Expressam estados emocionais de agrado e desagrado por meio de seu comportamento e movimentação, reagindo com irritação quando se sente desconfortável. É capaz de seguir voz acalentadora e de comando, isto é, na interação com o meio, pode ser induzido – com alta margem de êxito – a se acalmar, a mudar de posição, a acordar, dormir, etc.

Períodos significativos de simbiose

A estadia no útero é um período continuo de evolução e aprendizado em todos os aspectos que possamos pensar. Energeticamente, ele está conectado com a matriz social afetiva que o cerca, colhe tudo que se apresenta e armazena para começar a se organizar enquanto estrutura que modela o seu existir.

Durante todo esse estágio embrionário, lentamente ocorre a construção do senso de percepção, primeiramente de forma puramente energética, para depois, com o desenvolvimento das capacidades corporais do feto, ser ampliado para o uso das potencialidades dos órgãos sensoriais, expandindo assim, os recursos de captar os estímulos. O sentir ocupa o corpo como um todo e o feto reage física e intensamente ao que sente.   

Ocorrem também períodos significativos de simbiose, cumplicidade e tranquilidade, enquanto o feto desenvolve sua corporalidade, formando todos os órgãos e estruturando os sistemas e funções para a sua vida fora do útero. São momentos de trocas carinhosas entre o feto e os pais, o feto sentindo que terá espaço afetivo na vida dos pais, e estes por sua vez construindo o aconchego. Estamos, aqui, nos referindo a espaços energéticos emocionais afetivos. Mas lógico que, concomitante, como forma de acolhimento e afeto, os pais devem agilizar no meio físico o que puderem, dentro da sua realidade, disponibilidade e possibilidade social / financeira (roupas, berço, banheirinha e espaço real a ser ocupado), para recebê-lo quando do nascimento.

E MAIS…

Nomenclatura Freudiana

A Psicoembriologia dá os nomes de “fase pré-umbilical” (antes do desenvolvimento do cordão umbilical) e “fase umbilical”, (após o desenvolvimento do cordão) utilizando da nomenclatura Freudiana, e instituindo duas fases anteriores da oral, que Freud postulou como a primeira do desenvolvimento psíquico, sendo:

– As fases de desenvolvimento energético (e espiritual) pré-umbilical e umbilical são intrauterinas.

– As fases de desenvolvimento psicodinâmico freudiano (oral; anal; fálica; genital) são extrauterinas.