A ciência e a fé nem sempre são contrárias. Na maior parte dos casos em que familiares são diagnosticados com graves doenças, principalmente, é a fé e a confiança nas equipes médicas que possibilitam um processo mais tranquilo para o paciente e para a própria família.

De acordo com o neurocirurgião Alexandre Casagrande Canheu, principalmente quando se fala do diagnóstico de doenças em crianças, o abalo emocional e o medo da família são gigantescos, o que é esperado e normal. No entanto, é por meio da fé da parte deles e do comprometimento por parte de cada profissional de saúde envolvido naquele tratamento, que é possível chegar, na maioria das vezes, à cura.

“Os filhos são como o nosso coração batendo fora do peito. Quando se tem um filho, uma criança, que precisa de um tratamento cirúrgico mais grave no ponto de vista neurológico, por exemplo, a gente precisa ter confiança absoluta na equipe que vai tratar”, afirma.

Confiança

O médico complementa dizendo que é muito comum que os pais pesquisem e tentem vários profissionais, mas uma vez escolhida a equipe, é preciso confiar e ter a mesma fé que já existe em algo superior, em Deus. Afinal, se está entregando a vida de um filho”, comenta.

Para corroborar com seu pensamento, o profissional de saúde cita uma obra de 1891, ‘O doutor’, uma pintura de Samuel Luke Fildes, que retrata a cena de um médico cuidando de uma criança com apreço.

“Na obra, se vê a luz da janela e a luz de uma lamparina iluminando o médico e sugerindo que ele passou a noite ali. Uma criança deitada com sinais incipientes de melhora e, ao fundo, os pais cheios de fé. É isso que acredito que seja um atendimento com comprometimento: com fé das duas partes, família e equipe médica”, cita.

Acrescenta que, para que haja a confiança, é necessário que os profissionais de saúde sejam comprometidos e empáticos.

“A humanização faz diferença em todo o processo de tratamento de um paciente. Os familiares ficam assustados com um diagnóstico, e tratar o paciente de forma empática faz com que acreditem mais em tudo que estamos fazendo. Quando se trata de criança, precisamos trazer a família para perto, porque ela também fica doente quando uma criança está doente. E nós precisamos ‘tratá-la’ também, acolher essa família, sem esquecer, desde o início, da empatia’, finaliza.