A alimentação é um fator fundamental para nossa saúde e qualidade de vida, sendo peça basilar do tratamento e prevenção de uma infinidade de doenças, como obesidade, diabetes, hipertensão, depressão, câncer e até demências. A relação entre alimentação e cérebro já era conhecida, sendo estudada por uma série de pesquisas que já demonstraram seu importante papel na preservação de funções importantes para nosso funcionamento cerebral como memória e raciocínio.
Um novo estudo entrou para a longa lista de pesquisas científicas que endossam essa visão, o artigo ‘Mediterranean diet adherence is associated with lower dementia risk, independent of genetic predisposition’, publicado pela revista científica BMC Medicine, utilizou dados de mais de 60 mil homens e mulheres entre 40 e 69 anos, coletados ao longo de quase uma década, classificando-os de acordo com a proximidade da sua alimentação habitual com a dieta mediterrânea. Além disso, foi considerada a predisposição genética dos participantes através da utilização de um escore de risco poligênico.
O nível de adesão à dieta mediterrânea pelos pacientes foi definido por meio dos sistemas MEDAS e PYRAMID. E para a análise estatística dos riscos do desenvolvimento de demência foi utilizado o programa SPSS, versão 27, que resumiu características basais da amostra analítica estratificados por estado demencial em uma média.
O estudo concluiu que o risco de demência para os participantes que obtiveram adesão moderada e alta à dieta mediterrânea foi 23% menor em relação ao grupo de baixa adesão no escore MEDAS e de 14% no escore PYRAMID. A redução do risco de demência associada à utilização da dieta mediterrânea foi identificada independentemente do risco genético de desenvolver demência. Esses resultados reforçam a importância da alimentação no processo de prevenção do desenvolvimento de demências, independentemente de predisposições genéticas do paciente.