Depois de um ano de pandemia com escolas totalmente fechadas, o ano de
2021 se caracterizou como sendo um ano da volta gradativa ao retorno
presencial nos colégios.

As escolas foram abrindo gradualmente: primeiramente com 35% dos alunos, depois com 70% e em seguida com 100%, sem obrigatoriedade na participação das aulas e, a partir da segunda quinzena de outubro, já se estabeleceu a obrigatoriedade de comparecimento ao modelo presencial, a menos que apresente atestado médico que justifique a ausência nas aulas presenciais.

O psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky coloca que a aprendizagem acontece na vida em sociedade e na escola pela vivência individual e coletiva. As interações sociais são constituídas dentro de um contexto histórico-cultural onde a família, a escola, a comunidade e seus elementos fazem parte de uma educação mais significativa para quem aprende e para quem ensina. E é a partir desta premissa que implantamos projetos de atendimento no
retorno às aulas presenciais em um colégio particular da zona sul da
capital paulista, onde atuamos.

Espaço de acolhimento


No programa individual há um atendimento singular que tem sido
encaminhado, em sua maioria, pela equipe pedagógica em comum acordo com as famílias. São sessões em que é proporcionado um espaço de acolhimento que permite ao aluno se expressar e receber orientações pontuais.

No caso das crianças menores e/ou aqueles que demonstram certa dificuldade em se colocar verbalmente, são utilizados recursos lúdicos como jogos, brinquedos e desenhos que facilitam o entendimento do comportamento do aluno.

A demanda, neste caso, tem se caracterizado por questões como
dificuldades de relacionamento, orientação para estudos, e relaxamento
devido à ansiedade constatada em parte dos estudantes.  Os atendimentos
constam de 4 a 6 encontros, podendo ser estendidos conforme a
necessidade individual. Após o fim das sessões, há uma devolutiva com a
família, relatando o que foi percebido, além de orientações e
encaminhamentos. Desde o início do projeto, em fevereiro deste ano, já
foram atendidos 47 estudantes.

Reconhecimento das emoções

Implantamos também o projeto coletivo psicopedagógico que promove a
contação de histórias interativas com foco no reconhecimento das emoções
básicas: medo, raiva, alegria, tristeza e das reações adequadas às
situações que tais sentimentos podem gerar. Aplicações de dinâmicas de
grupo
também têm sido realizadas visando trabalhar a empatia nos
estudantes.

Não menos importantes são as observações em aula pelos próprios
professores e reuniões de equipes com trocas de informações sobre o
comportamento dos alunos.

E MAIS…

Participação ativa de professores, alunos, pais e comunidade nesta retomada


O principal resultado desses projetos chega com a devolutiva de pais e
alunos que relatam melhoria no comportamento após participarem das ações que estamos chamando “escuta escolar”.


É um trabalho que engloba todo o corpo pedagógico e desenvolve
professores e, claro, principalmente, os alunos. É um trabalho que vai,
literalmente, ao encontro da teoria de Vygotsky: “A interação social é
o PRINCIPAL motor da aprendizagem.”