Pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública e Ciências Humanas da Oregon State University descobriram que os idosos com uma visão obscura sobre o envelhecimento tendem a relatar mais sintomas de saúde física nos dias em que estavam estressados do que nos dias menos estressantes. Em contraste, as pessoas com uma perspectiva de “anos dourados” relataram menos problemas de saúde nos dias em que se sentiram mais estressados do que o normal.
Visão do envelhecimento
As descobertas sugerem que uma visão mais brilhante do envelhecimento pode ser um amortecedor contra os efeitos físicos do estresse diário. Em outras palavras, isso quer dizer que as pessoas devem estar cientes de que suas percepções do processo de envelhecimento podem afetar como elas se sentem, e “reformular” essa história, se necessário.
Publicado no Journals of Gerontology Series B: Psychological Sciences, os estudos são baseados em 105 habitantes do Oregon com idades entre 52 e 88 anos. Ao longo de 100 dias, eles completaram pesquisas diárias sobre seus níveis de estresse e uma série de sintomas físicos – como fadiga, dor de cabeça, falta de ar e dor de estômago.
Segundo os pesquisadores, o que molda as percepções de uma pessoa sobre o envelhecimento é que a maneira como as pessoas “internalizam” as mensagens recebidas, conscientemente ou não. Se os pais ou avós permaneceram otimistas e vibrantes à medida que envelheceram, suas ideias sobre o envelhecimento provavelmente são diferentes de alguém cujos parentes mais velhos estavam cheios de problemas de saúde ou reclamavam do envelhecimento. As atitudes sobre envelhecimento também refletem a disposição geral de uma pessoa, de acordo com James Maddux, um estudioso sênior do Centro para o Avanço do Bem-Estar da Universidade George Mason, em Fairfax, Virgínia. Ou seja, se você “tem medo” ou “celebra” o envelhecimento provavelmente tem muito a ver com a forma como você vê a vida em geral. As pessoas que percebem o copo meio cheio e têm um senso de autoeficácia, disse Maddux, são menos propensas a “catastrofizar” os sintomas físicos e, em vez disso, os veem como administráveis.
Interpretar a realidade
A pesquisa mostrou que as pessoas podem, por exemplo, aprender a interpretar os sintomas físicos de maneira diferente – para evitar o hábito de catastrofizar. A dor corporal não é apenas uma experiência física. E é importante, disse Maddux, estar ciente de que nossos estados mentais afetam nossas percepções e respostas à dor. A dor que você sente é um sinal do seu cérebro, segundo ele.
Maddux também encorajou pessoas de todas as idades a reconhecer a ligação entre dor e comportamento sedentário. Tornar a atividade física um hábito ao longo da vida pode ser um benefício para a saúde física e mental.