Por que a conexão interpessoal é importante no meio corporativo e de que forma é possível melhorá-la?
A capacidade de conexão interpessoal vai muito além do mundo corporativo. O mundo de hoje – a sociedade do cancelamento, a modernidade líquida (conceito desenvolvido pelo sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman) –, no qual as pessoas julgam primeiro, julgam pela superfície, e veem depois, traz muitos danos. Inclusive pode ser uma das grandes causas dos adoecimentos emocionais que a gente tanto vê.
Portanto, fica muito clara a importância de suspendermos muitas vezes, como traz a Teoria U, de Otto Sharmer, a voz do julgamento, que fala tão fortemente conosco. E que possamos, em primeiro lugar, compreender as situações. Gosto muito de dizer: “Compreender primeiro e julgar depois”.
A escritora e poetisa norte-americana Maya Angelou afirmou: “É impossível odiar alguém de perto. Aproxime-se”. E quando a gente chega mais perto, por mais que não concorde com o outro, passa a enxergar a partir daquela perspectiva. E aí surge um sentimento de compreensão que nos conduz nessa relação com muito mais ética do cuidado.
À medida que as organizações criarem espaços seguros para que as pessoas possam se olhar um pouco mais de perto, não só dentro das relações de trabalho, que, às vezes, trazem tanta pressão e tantas cobranças, elas vão conseguir se olhar de uma outra forma e aumentarem as suas conexões.
O quão é importante a gente ter essas conexões interpessoais, porque aumentam os vínculos, que aumentam a segurança e mobilizam redes fortes de relacionamento, que inclusive sustentam muito mais quando existirem adversidades.