A síndrome de Down é uma condição genética e recebe o nome em homenagem a John Langdon Down, médico britânico que descreveu a síndrome em 1862. A sua causa genética foi descrita em 1958 pelo pediatra e professor de genética Jérôme Lejeune, que descobriu uma cópia extra do cromossomo 21. É o distúrbio genético mais comum, estimado em um a cada 800 ou 1000 nascimentos. A síndrome de Down não é progressiva, tampouco contagiosa. Nela, há o fator disfunção cerebral  presente, portanto, há maior probabilidade  de ocorrência de convulsões, mas só será estabelecido o tratamento após manifestação clínica.

Os seres humanos têm 46 cromossomos e as pessoas com síndrome de Down têm um cromossomo a mais, ficando 47 cromossomos. Chamamos também de trissomia do cromossomo 21, presença de um cromossomo 21 extra, total ou parcialmente.

Na síndrome de Down, os problemas cardíacos congênitos representam uma causa importante de mortalidade na infância. Mas, atualmente, as taxas de sobrevida aumentaram significativamente, de tal modo que até 70% destes bebês com doenças cardíacas sobrevivem.

Progressos

É importante saber que qualquer pessoa pode nascer com síndrome de Down, e que a síndrome de Down não é uma doença. Também é relevante observar de que forma está acontecendo o desenvolvimento da pessoa com essa síndrome, verificando os progressos e possibilidades que ela tem e, assim, dar sequência aos movimentos sem comprometer o seu desenvolvimento.

Se todos estiverem preparados para trabalhar, receber, lidar com a pessoa com síndrome de Down, os resultados serão muito positivos, sobretudo se houver interesse e propriedade para promover a inclusão. Esse será o primeiro passo para a trajetória escolar e o desenvolvimento futuro dessa pessoa. Os estímulos recebidos nos primeiros anos da educação infantil vão interferir diretamente em toda esta caminhada.

Não podemos esquecer que as crianças com síndrome de Down aprendem com astúcia, e o que aprendem serve como exemplo de comportamento e de conquista apropriada para cada idade. Elas podem e devem ter ajuda e apoio adicionais.

Atividades lúdicas

As atividades são importantes para qualquer criança, inclusive para aquelas com síndrome de Down. Elas podem desencadear um ótimo progresso. Algumas dicas: evite fazer atividades que a façam copiar e ouvir ao mesmo tempo (duplo sentido), isso pode inibir sua habilidade de concentração. Tente canalizar a atenção para uma atividade que dure. Sua aprendizagem pode ser direcionada às atividades que requerem recursos visuais como imagens, figuras, fotos (de sua compreensão e conhecimento). Atividades de comandos, explicações, instruções, circuitos são interessantes. Também para habilidades motoras, auditiva, linguagens, memória, cópia, manuais, utilizar também jogos e materiais de aprendizagem coloridos e chamativos.

Laços de afeto fortalecidos

A melhor maneira para lidar com pessoa com síndrome de Down é não ter preconceito. É importante buscar informações sobre essa condição, principalmente, buscando atualização com profissionais diversos, escolas, livros, instituições, associações. É preciso sempre ficar por dentro do assunto, procurar soluções (elas existem), perceber que a família é a essência de tudo, e não problematizar a presença da síndrome. É ainda recomendável acolher a família e fazê-la estar presente em todos os momentos.

O diagnóstico não deve alterar o sentimento de amor e aceitação de um filho com síndrome de Down. A família tem de procurar fortalecer este sentimento desde sempre. Não deve haver uma superproteção às pessoas com síndrome, pois, dessa forma, acabaremos nos atendo às dificuldades, aos fracassos, às deficiências – e não as eficiências, aos sucessos.

 As atividades lúdicas trazem consideravelmente muitos benefícios à criança com essa condição. Brincadeiras e jogos são fundamentais. Participação, prazer, alegria e estimulação são meios pelos quais irão desafiar o corpo e a mente. Quando acontece junto à família, há a melhora da autoestima de todos. Não podemos esquecer que a brincadeira é uma forma de assimilação funcional e repetitiva que desenvolve hábitos e esquemas sensório-motores que ajudarão no desenvolvimento de qualquer pessoa.

A educação é um direito, a partir dela o sujeito exercita sua cidadania. A inclusão é um dever. A comunidade precisa ser educada, orientada, organizada e convocada por educadores, que também deverão estar comprometidos com a justiça social, sabendo que deverão incluir a pessoa com síndrome de Down em uma unidade escolar, dando-lhe condições de desenvolvimento. É preciso refletir sobre essas condições, planejá-las e reorientá-las. Lembre-se, incluir não é só colocar em sala de aula, é fazer a criança se sentir acolhida, saber valer seus direitos e deveres. É olhar para os detalhes, possibilitar associação, é também excluir os preconceitos de nossas vidas.

E MAIS…

Sugestões de atividades simples e eficientes

Algumas atividades podem fortalecer o processo de desenvolvimento das crianças. Elas podem ser categorizadas em:

Sensações: com um guia, fazer com que a criança ande descalça e com olhos vendados em diversos materiais e também fazer com ela toque com as mãos.

– Coordenação motora: numa bacia com água, coloque vários objetos de diferentes cores, já conhecidos pela criança. Com uma espátula ou concha ou espumadeira, pedir para o participante pegar os objetos conforme os comandos verbais.

Equilíbrio: em grupo, todos segurando uma parte de um tecido (grande), em círculo para equilibrar uma bola em cima. Cada criança segura uma parte do tecido e a proposta é que não permita a bola cair ao chão.

– Reconhecimento corporal e lateralidade: desenhado, ou pintado, ou colado formatos de mãos e pés, tanto direito quanto esquerdo e pedir para a criança andar ou tocar as formas (mão e pé), conforme comando de voz do orientador. Para trabalhar a lateralidade, fazer a mesma atividade com o comando dos lados direito e esquerdo, reforçando as formas (mão e pé). Por exemplo: toque agora a mão direita…

– Corpo, coordenação, ritmo: fazer uma teia de barbante ou elástico e pedir que a criança passe por ela se utilizando o corpo.