“Ghosting e orbiting ocorrem quando um relacionamento é encerrado unilateralmente, de repente, retirando-se de toda a comunicação e sem explicação”, dizem os autores da nova pesquisa, liderada por Luca Pancani, da Universidade de Milano-Bicocca, na Itália.

No entanto, orbiting é quando a pessoa ainda acompanha as vítimas nas redes sociais após o rompimento. Com o advento da era digital, essas práticas se tornaram cada vez mais comuns, ganhando a atenção de pesquisadores.

Efeitos psicológicos

Para entender melhor os efeitos psicológicos dessas táticas de namoro desagradáveis, os pesquisadores recrutaram 176 adultos entre 18 e 36 anos para participar de uma pesquisa online.

Na pesquisa, os pesquisadores pediram aos participantes que se lembrassem de um momento em que praticaram ghosting, orbiting ou rejeição, sendo que:

  • Ghosting é uma prática em que uma pessoa decide terminar um relacionamento romântico ou amizade sem uma explicação e ignorando qualquer tentativa de comunicação da outra pessoa.
  • Orbiting ocorre quando uma pessoa decide terminar um relacionamento sem explicação, mas ainda segue as atividades na rede social do ex-parceiro e, ocasionalmente, reage aos seus conteúdos multimídia (por exemplo, curtindo postagens).
  • A rejeição é uma prática em que o desengajado comunica diretamente a decisão de sair do relacionamento amoroso ou de amizade e fornece explicações explícitas.

Sentimento de rejeição

Os participantes responderam a uma bateria de perguntas psicológicas que lhes pediram para refletir sobre como a experiência os fez sentir. Por exemplo, os pesquisadores pediram aos participantes que avaliassem sua concordância com afirmações como ‘Senti-me magoado’, ‘Senti-me responsável’ e ‘Senti raiva’. Os participantes também avaliaram quão ‘inesperado’ e ‘importante’ foi o rompimento, e se eles exibiram uma inclinação agressiva em relação ao ex-parceiro.

Os autores descobriram que, embora todas as três estratégias de separação tenham despertado emoções relacionadas à rejeição nos participantes, o ghosting, seguido pelo orbiting, causou o maior dano psicológico.

“Descobrimos que os sentimentos de exclusão eram mais fortes para os participantes fantasmas do que os rejeitados”, dizem os autores. “Este resultado sugere que o ghosting representa uma experiência de exclusão mais ameaçadora. Em relação ao orbiting, o nível de exclusão das vítimas estava entre os sentidos pelos ghostees e os indivíduos rejeitados.”

De acordo com os pesquisadores, o orbiting pode ser menos severo do que o ghosting devido aos sinais ambíguos enviados por um orbitador.

Os orbitais podem pensar que o orbitador ainda está interessado neles ou quer voltar. Essa atenção esporádica, no entanto, pode ser contraproducente, pois potencialmente inibe os orbitados de fechar o relacionamento e seguir em frente.

Inesperado e injusto

Além disso, o ghosting foi percebido pelos participantes como mais inesperado e injusto do que a rejeição.

“A comunicação direta pode ser vista como uma responsabilidade que reduz as interpretações negativas do evento pelas vítimas”, supõem os autores.

Uma vantagem do ghosting ou orbiting, de acordo com a pesquisa, é que pode atenuar sentimentos de agressão ou hostilidade em relação ao parceiro. “Nem toda estratégia de separação dói da mesma maneira”, concluem os pesquisadores. “Comparado à rejeição, o ghosting geralmente leva a resultados piores.”