Os dados vieram de nove ondas (de 2002 a 2018) do European Social Survey, uma pesquisa que examina vários aspectos do bem-estar das pessoas. A amostra final compreendeu 392.195 participantes (idade média de 48 anos; 54% mulheres) de 37 países.
Relação não linear
Foram coletadas informações sobre frequência de contato social (com amigos, parentes, colegas), autoavaliação da saúde física e dados demográficos. A análise desses dados mostrou uma relação não linear entre saúde física e frequência de contato social.
Inicialmente, quando a frequência do contato social aumentou, como de anual para mensal, a autoavaliação da saúde física também aumentou. Então, a curva gradualmente tornou-se plana, sugerindo que aumentar a frequência do contato social além de um certo ponto (várias vezes por semana) teve pouco efeito positivo adicional e não melhorou a saúde significativamente.
Estudo longitudinal
Para saber mais sobre os efeitos do contato social, foi realizado um estudo longitudinal. Os dados vieram do German Socio-Economic Panel, uma investigação nacionalmente representativa na Alemanha. Para análise da saúde física, foram utilizados dados de cinco ondas.
A amostra foi composta por 49.675 indivíduos (53% do sexo feminino; ano médio de nascimento de 1962). A análise dos dados mostrou que o nível mais alto de frequência de contato social (ou seja, socialização diária) não foi “associado a uma saúde substancialmente melhor e vida mais longa do que a frequência moderada (mensal)”. E ir além da frequência de interação diária às vezes estava até relacionado a “maiores riscos de mortalidade e menor tempo de sobrevivência”.