O levantamento indicou que entre os principais desafios apontados para a implementação estão a falta de conhecimento técnico sobre o tema, falta de conhecimento prático e de ferramentas (19,2%).

Parte dos entrevistados também afirmou que a desconfiança da liderança em relação ao assunto também seria outro desafio importante a ser transposto (8,1%).

Metodologia

Para realizar o estudo, o primeiro no Brasil sobre o tema, o Instituto coletou, de forma online, respostas de 341 profissionais de todas as regiões do país, entre os dias 26 de abril a 07 de dezembro do ano passado, sendo a maioria deles líderes de RH.

Participaram representantes de variados setores, como Governo, Saúde, Tecnologia, Educação, Comércio, entre outros, com maior representatividade para a Indústria (21,9%) e Serviços (53,3%). Quase 40% dos respondentes eram provenientes de organizações com quadro de colaboradores superior a 500 pessoas.

Expectativa versus realidade

Quando questionados sobre o que imaginariam ser os principais benefícios da segurança psicológica nas empresas, a maioria dos entrevistados (25,6%) respondeu: saúde mental, bem-estar, engajamento, clima de trabalho positivo, alta performance, crescimento do negócio, competitividade no mercado, humanização das relações, colaboração, entre outros. 

“A pesquisa nos mostrou que ainda falta disseminar mais conhecimento sobre o assunto. As empresas que já avançaram no tema e implementaram ferramentas, já estão colhendo os benefícios. Entre eles, a inovação e a competitividade são, sem dúvida, os principais”, afirmam Veruska Galvão e Patrícia Ansarah, psicólogas organizacionais, mentoras executivas e cofundadoras do IISP.

O IISP é o único órgão no Brasil autorizado a aplicar o método de certificação internacional em Segurança Psicológica de times, criado originalmente pelo Dr. Peter Cauwelier, PhD em Gestão do Conhecimento & Inovação, ancorado nas pesquisas da Dra Amy Edmonson, que foi quem cunhou o termo “segurança psicológica”. 

Erros comuns

Segundo Veruska um dos erros mais comuns cometidos pelas empresas é confundir Segurança Psicológica com saúde mental. “A saúde mental é, sem dúvida, um dos benefícios, mas são coisas diferentes. A segurança psicológica é um meio, e não um fim, ou seja, é o funcionamento e não o resultado de algo”.

Entre os principais benefícios da segurança psicológica nas empresas, segundo o Instituto, estão: segurança e liberdade no trabalho, possibilidade de assumir riscos interpessoais, de manifestar ideias não populares, criar a cultura da inovação, ter espaço para aprender com os erros, confrontar a autoridade quando necessário, dar e receber feedback, poder se engajar em conflitos produtivos, confiança e boa vontade, poder dar ideias sem medo de retaliação.

“Quando o local é psicologicamente seguro, o time é capaz de aprender junto, incluindo todos os pontos de vista e sugestões, o que abre espaço para que se arrisque mais, para que decisões sejam tomadas de forma mais ágil e inteligente, melhorando o desempenho, o nível de colaboração e engajamento e, consequentemente, a vantagem competitiva da empresa. O que podemos dizer é que empresas que querem se manter competitivas no mercado precisarão encontrar novas formas de fazer negócio. E que criar ambientes psicologicamente seguros, portanto, será essencial para alavancar o desenvolvimento e a performance dos seus times e alcançar resultados de maneira sustentável. Este é um benefício crucial”, afirma Patrícia.