O que é considerado o “novo normal”? A adaptação às novas regras éticas sanitárias que estão fazendo parte do nosso dia a dia, que aliás, sempre deveriam ter sido cumpridas, e que nunca foram valorizadas. Cabe à nós uma profunda reflexão que a partir do atual contexto, precisarão ser internalizadas como normais, por exemplo, o  uso de máscara de proteção, a lavagem das mãos, higienização e assepsia dos ambientes, evitar aglomerações de pessoas, seguir as regras de etiqueta e boas maneiras ao tossir, espirrar, usando o braço como barreira protetora, enfim, nada é novo quando se pensa sobre regras de  educação sanitária e convivência social. Por isso, não entendo como um “novo normal”, mas, como uma aprendizagem extremamente importante para vida de todos os humanos, desde a infância até a idade adulta, que permeará pela informação e orientação da família e que deverá ser reforçada na escola.

Retorno à escola

É tempo de retorno aos espaços físicos da escola, a família, educador precisarão refletir o quanto aprenderam e reinventaram-se no dia a dia. A escola, inovou-se diante das novas metodologias digitais para dar continuidade à aprendizagem acadêmica para os estudantes em ambientes virtuais em dias vividos durante a Pandemia, que ainda não terminou. E as famílias, reinventaram-se, nos espaços das residências, viraram home office e schooling.  Mas temos a certeza, que vai passar e que aos poucos, voltaremos à convivência na modalidade presencial com os nossos estudantes, obedecendo o distanciamento corporal, com uso de protetores de equipamentos individuais.

Neste atual cenário, necessário compreender que o grande desafio escolar, não será apenas o de transmitir informações de conteúdos curriculares aos seus aprendentes, mas de refletir e exercitar sobre as competências socioemocionais apresentadas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular).

Tempo de empatia

Será fundamental que os estudantes possam se expressar, por meio das suas experiências vividas, como é conviver com as emoções no distanciamento físico e social, desenvolver a competência para compreender que as habilidades socioemocionais não são teóricas, e sim práticas. Momento de despertar para o autoconhecimento, pelas relações intrapessoal e interpessoal aplicadas às habilidades da confiança, que só serão edificadas com a empatia.

Um aspecto importante para fortalecer e manter os vínculos afetivos, será exercitar a autoestima e a aprendizagem colaborativa, por meio dos elogios positivos. Se o desejo do educador e da família for o compromisso com a escola humanizadora, então, será necessário o resgate do lúdico, do corpo sensorial e perceptual do olhar, do gesto afetivo e o respeito ao ser humano, diante da generosidade e a acolhida.

O desafio da escola e da família será promover ao estudante  a oportunidade de refletir suas emoções individuais, sociais, dialogando que o carinho e o afeto podem ser transmitidos com o olhar e a voz.da gentileza.

A participação da família

A função da família será a de orientação de seus filhos, filhas, a fim de refletirem que o distanciamento corporal, a higienização será fundamental para vencermos a ação dessa micro partícula viral que tornou-se ameaçadora na disseminação infecciosa entre as pessoas.

No novo cenário, sem dúvida, caberá o resgate  da relação escola e famiíia, por meio do diálogo, do respeito, compreendendo que todos estamos nas mesmas condições de vunerabilidade infecciosa, uns mais e outros menos, mas, a realidade vem descortinando para a essência humana, que o fundamental é a preservação da vida e o cuidado com o outro e consigo.

Ordem afetiva

Regras e procedimentos de protocolos de higiene deverão fazer parte dos acordos entre a escola e a família, pois, ambos são responsáveis em manter pela melhor convivência social. E diante dos novos tempos de convivência  escolar é de fundamental relevância ressignificar estes ambientes que deverão ser um espaço de encontro entre os conhecimentos diversos que permearão pela relação pedagógica, composta por “gestor –professor-família – estudante – conhecimento”, envolvidos em diferentes dimensões, entre as quais destacam: as de ordem afetiva, relacionadas às expectativas de cada um; às de ordem pedagógica, relacionadas aos recursos didáticos e diferentes metodologias de ensino que o educador poderá ter à sua disposição; e as de ordem epistemológica, relacionadas às características do conhecimento que se deseja ensinar. Todas essas dimensões estão envolvidas na tomada de decisões de todos os envolvidos, o que exigirá um trabalho de constante aperfeiçoamento e sensibilidade.

E MAIS…

Novas possibilidades no aprender

Escola e família diante dos novos tempos, deverão reconhecer que as novas modalidades no ensino, serão as novas possibilidades no aprender. E a principal função e aprendizado será a integração da saúde mental, cognitiva, afetiva do estudante, no qual a afetividade deverá ser construída, por meio de um vínculo de confiança, além de estar atento às emoções para saber lidar  na sala de aula e ou em casa, na resolução de problemas, na busca do crescimento e desenvolvimento saudável de todos envolvidos.

A relação entre escola e família é um assunto que deve ser dialogado, pois, quando se trata de educação de crianças, adolescente e jovens, é preciso unir estes contextos em uma relação estável e construtiva no compartilhamento de critérios educativos comuns capazes de promover cada vez mais os educandos uma aprendizagem de qualidade, e ainda , precisa ser considerada como ação fundamental para a  educação, pois, são instituições complementares no que diz respeito ao desenvolvimento harmonioso de crianças e adolescentes, na busca de desenvolver em todos os aspectos e o sucesso na aprendizagem.

Referência bliográfica:
Relvas, Marta Pires. Cérebro: contextos, nuances e possibilidades. WAK Editora, RJ, 2019.