A Educação vai se formando por meio de situações presenciadas e experiências vividas por cada indivíduo ao longo da sua vida. Educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada por um indivíduo e a sua capacidade de socialização.
Na formação pedagógica, a Educação possui um olhar mais formal, verticalizado, baseado em currículos que permeiam a organização do conhecimento, que por meio de metodologias e recursos didáticos, tem- se buscado promover uma aprendizagem significativa e contextualizada.
Construção de novos projetos
Atualmente, os estudos neurocientíficos estão contribuindo para uma investigação mais especifica sobre as possibilidades do aprendizado humano, por meio dos caminhos da Neurociência aplicada a Educação, sendo então, considerada uma área do conhecimento que cada vez mais vem contribuindo para saberes sobre a organização, desenvolvimento do cérebro e da mente, nos aspectos cognitivos, emocionais, afetivos, motores e sociais.
E quando nos referimos a uma escola que prevalece com todas as possibilidades humanas, nos deparamos com os estudos da Educação Integral, que não fica restrita somente à oferecer atividades diversificadas em um horário ampliado para os seus estudantes ocuparem os tempos ociosos. Mas, um espaço que estabelece uma total disponibilidade de possibilidades em potencializar habilidades específicas do humano, que possam contribuir com o seu crescimento, desenvolvimento e evolução, enquanto espécie que utiliza a inteligência cognitiva como uma ferramenta para elaboração dos pensamentos e construção de novos projetos.
Para contribuir com os entendimentos da Educação Integral a Neurociência nos convida para um desvendar sobre os estudos dos cérebros na sala de aula/ escola, reconhecendo o funcionamento das funções cerebrais para o entendimento de Educação Integral mais justa e menos excludente, pois assim, o educador tem a possibilidade de compreender e reconhecer melhor como ensinar, já que existem diferentes maneiras de se aprender. Os conhecimentos são construídos por meio da ação e da interação.
A emoção em suas diferentes manifestações
Aprendemos quando nos envolvemos ativamente no processo de produção de conhecimento, por meio da mobilização de atividades mentais, e na interação com o outro. A emoção, em suas diferentes manifestações, moldade e associada à razão, deve ser usada em favor da aprendizagem integral, pois o emocional e o racional fazem parte de uma mesma realidade – o desenvolvimento e o crescimento do ser humano. Por isso, há uma urgência efetiva de se manifestar a “escuta das emoções” para os educandos e professores.
Na Educação Integral, holística, humanizada é fundamental destacar que o vínculo afetivo que se estabelece entre o professor e o estudante, deve ter um caráter libertador e de confiança no cotidiano, com vista à aprendizagem significativa e, ainda, para combater o preconceito e os rótulos comuns presentes no ambiente escolar.
Atualmente, estudos e pesquisas evidenciam que corpo, emoção e razão são indivisíveis e não se separam mantendo-se integrados numa visão holística. O termo holismo tem origem no radical grego “Holos” que significa TODO. Na concepção holística que otimiza a visão integrada do ser humano devemos considerar a pessoa com ser indivisível e completo.
Afetividade e da inteligência cognitiva
Pode-se perceber que só existe Educação Integral quando se estabelece a aprendizagem por meio da afetividade e da inteligência cognitiva, modificada pelo sistema límbico (aspectos afetivo-emocionais da aprendizagem), associado a várias outras funções (a perceptivo motora e a cognitiva, por exemplo), sendo, também percebida em diferentes regiões do cérebro. Portanto, é importante que as emoções positivas possam fortalecer a afetividade na relação entre professor e o estudante, pois por meio desse vínculo, estimula-se o desenvolvimento, melhorar a autoestima, e a simbiose entre as relações pedagógicas.
Diante da Educação Integral, não exitem indivíduos que não aprendem, todos são respeitados nos seus tempos neuronais para aquisiação da aprendizagem, o olhar é específico na sua totalidade. Sabe-se que o sucesso do indivíduo na aprendizagem da fala, escrita e leitura dependem do amadurecimento neurofisiológico das células neuronais, bem como estruturas emocionais e estímulos sociais.
Lúdico e cognitivo indissociáveis
Como recurso pedagógico, cabe evidenciar que o brincar e as brincadeiras, o lúdico e o cognitivo, são indissociáveis do uso das diversas formas de linguagem, podendo utilizar-se dos jogos como uma interface para aquisição da comunicação, seja para a compreensão das regras, dos relacionamentos existentes entre os diferentes participantes, além de possibilitar as descobertas dos símbolos que permeiam a formação da linguagem humana.
O humano é dotado de neurônios da fala e falar naturalmente a linguagem do grupo em que vive, porém, cabe à escola desenvolver a linguagem oral/ formal por meio de atividades pedagógicas, com objetivo de garantir a aprendizagem da leitura e da escrita e outras possibilidades para a vida cotidiana, junto com a família. Todas as pessoas têm direito a uma escola de qualidade onde suas necessidades individuais possam ser atendidas e onde elas possam se desenvolver em um ambiente enriquecedor e estimulante de seu desenvolvimento cognitivo, emocional e social, seja ele regular ou especial.
É preciso pensar em todos os estudantes enquanto pessoas em processo de crescimento e desenvolvimento, que vivenciam e experimentam o aprender, segundo suas diferenças individuais. A proposta da Educação Integral e Inclusiva necessita do consenso dos pais, professores e de gestores, pois todos os indivíduos estão na condição de educandos, aprendizes de uma escola que deve ser de boa qualidade para todos, integrada à sua comunidade.
A Neuroprendizagem é um processo inovador
Reconhecer que o estudo referente a Neuroprendizagem está sendo um processo inovador na área pedagógica com o olhar para totalidade humana perante às situações com que nos deparamos nas instituições escolares é possibilitar novas perspectivas de abordagens metodológicas. Portanto, os educadores precisam construir o conhecimento sobre os estudos cerebrais para compreender o processo cognitivo, emocionais e sociais dos nossos estudantes com ou sem distúrbios e dificuldades de aprendizagem, para atuar e melhorar as práticas pedagógicas. Reconhecer a Neurociência aplicada a Educação Integral é refletir sobre a inclusão humana, independente das suas limitações, necessidades educativas, possibilidades e potencialidades. É um direito.
A qualidade da Educação Integral deve ser atribuída aos pais, professores, gestores, a fim de se evitar a decadência silenciosa do aprendizado. O incentivo, portanto, é fundamental para a progressão e melhoria do desempenho geral do indivíduo. Em síntese, é preciso garantir que o estudante tenha percepção integrada de si mesmo com objetivo de interpretar adequadamente os sinais sociais, promovendo, então, a básica capacidade de confiar no outro, por meio dos estímulos do desenvolvimento da autonomia, autoria e protagonismo humano.