A pesquisa, que analisou mais de 700.000 estudantes finlandeses, mostrou que ter colegas com transtornos mentais aumenta significativamente o risco de desenvolver condições semelhantes.
Proximidade social
“Os resultados indicam que a proximidade social e as interações frequentes no ambiente escolar são fatores determinantes na disseminação de transtornos mentais,” afirma o Pós PhD em Neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela. “Adolescentes são especialmente vulneráveis a influências sociais, pois estão em um estágio crucial de desenvolvimento, onde a aceitação social e a formação da identidade são primordiais.”
O estudo destacou que o impacto é mais forte para transtornos de humor, ansiedade e alimentares, especialmente no primeiro ano após o diagnóstico de um colega. “Isso sugere que a saúde mental dos adolescentes não é apenas uma questão individual, mas também coletiva, exigindo uma abordagem integrada e colaborativa para a intervenção,” acrescenta o Dr. Agrela, cientista eleito membro da Sigma Xi, sociedade científica que conta com mais de 200 prêmios Nobel.
Necessidade de Intervenção
Dr. Agrela enfatiza a importância de intervenções precoces e medidas preventivas nas escolas. “Programas que promovam a saúde mental e o bem-estar emocional dos estudantes são essenciais. Devemos normalizar o diagnóstico e o tratamento de transtornos mentais, mas também entender e mitigar a transmissão desses transtornos nas redes sociais dos adolescentes.”
Ele sugere uma abordagem que envolva pais, professores e profissionais de saúde para criar um ambiente escolar mais saudável. “Estratégias educativas focadas em empatia, resiliência e apoio mútuo podem reduzir o impacto negativo das influências sociais adversas.”
Estratégias de saúde pública
A pesquisa aponta para a necessidade urgente de estratégias de saúde pública e educativas que abordem a disseminação de transtornos mentais em ambientes escolares. “Promover um ambiente de suporte e intervenção precoce é crucial para proteger a saúde mental dos jovens e garantir um futuro mais saudável para todos,” conclui Dr. Agrela.