Pesquisadores do Instituto de Ciências Weizmann descobriram que as pessoas podem ter uma tendência a fazer amizade com indivíduos que têm um odor corporal semelhante.

Os cientistas foram capazes de prever a qualidade das interações sociais entre completos estranhos, primeiro “cheirando-os” com um dispositivo conhecido como nariz eletrônico, ou eNose.

Comparações subliminares

Sabe-se que as pessoas tendem a se tornar amigas de outras que se assemelham a si mesmas em aparência, formação, valores e até em medidas como atividade cerebral.

O estudo levantou a hipótese de que, ao cheirar subconscientemente a si mesmos e aos outros, as pessoas podem estar fazendo comparações subliminares e que podem gravitar em direção àqueles cujo cheiro é semelhante ao seu.

Para testar sua hipótese, foram recrutados pares de amigos não românticos do mesmo sexo cujas amizades haviam se formado muito rapidamente.

Ela levantou a hipótese de que, como essas amizades surgem antes de um conhecimento profundo, elas podem ser particularmente influenciadas por traços fisiológicos, como odor corporal.

Ela então coletou amostras de odor corporal desses amigos e conduziu dois conjuntos de experimentos para comparar as amostras com as coletadas de pares aleatórios de indivíduos.

Assinaturas químicas dos odores

Em um conjunto de experimentos, a comparação usou o eNose, que avaliou as assinaturas químicas dos odores. No outro, foi pedido a voluntários que cheirassem os dois grupos de amostras de odor corporal para avaliar as semelhanças medidas pela percepção humana.

A pesquisa também realizou um conjunto adicional de experimentos, nos quais foi usado um eNose para “cheirar” vários voluntários que eram completos estranhos um para o outro e, em seguida, pediu-lhes que se envolvessem em interações sociais não verbais em pares.

Após cada interação estruturada, os participantes avaliaram o outro indivíduo em termos de quanto eles gostavam dessa pessoa e a probabilidade de se tornarem amigos.

Análises subsequentes revelaram que os indivíduos que tiveram interações mais positivas de fato cheiravam mais uns aos outros, conforme determinado pelo eNose.

Interação social positiva

Os pesquisadores foram capazes de prever com 71% de precisão que dois indivíduos teriam uma interação social positiva, com base apenas nos dados do eNose.

Em outras palavras, o odor corporal parece conter informações que podem prever a qualidade das interações sociais entre estranhos.

Esses resultados implicam que, como diz o ditado, há química na química social e que nosso nariz desempenha um papel maior do que se pensava anteriormente na escolha de amigos.