O estresse crônico se tornou uma realidade para milhões de brasileiros. De acordo com o World Mental Health Day 2024, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países mais estressados do mundo. Além disso, 77% da população já refletiu sobre a importância da saúde mental, mas nem sempre encontra caminhos eficazes para lidar com a sobrecarga do dia a dia.
“O estresse, quando não tratado, pode comprometer não só o bem-estar mental, mas também gerar problemas físicos, como dores crônicas, insônia e doenças cardiovasculares”, afirma o professor de yoga Francisco Kaiut. Segundo ele o yoga é uma ferramenta poderosa para controlar essa resposta do organismo e devolver o equilíbrio ao sistema nervoso.
Impacto
O estresse ativa o sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de luta ou fuga. Isso aumenta os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, que, quando elevado por longos períodos, pode gerar fadiga, ansiedade, pressão alta e baixa imunidade. “O yoga atua diretamente no sistema nervoso, reduzindo os picos de cortisol e promovendo um estado de relaxamento profundo”, afirma.
Kaiut explica que o neuroyoga é uma técnica do Kaiut Yoga que combina princípios da neurociência com a prática tradicional. Utiliza posturas, respiração controlada e estímulos sensoriais para reequilibrar o cérebro e reduzir o impacto do estresse. “Com o neuroyoga, conseguimos trabalhar de forma precisa a regulação do sistema nervoso, trazendo a pessoa para um estado de presença e equilíbrio. Isso não só reduz o estresse, mas melhora a qualidade do sono, a concentração e a capacidade de lidar com desafios diários”, explica.
Dia a dia
Apesar da crescente preocupação com o bem-estar mental, muitos brasileiros ainda não encontram apoio adequado no ambiente de trabalho. Segundo o relatório People at Work, 57% dos entrevistados acreditam que seus superiores não estão preparados para discutir saúde mental de forma aberta.
“O yoga é uma ferramenta acessível que pode ser incorporada ao dia a dia, seja com práticas curtas no trabalho, seja em casa ou em aulas regulares. Ele não exige obrigatoriamente equipamentos ou habilidades específicas, apenas disposição para se reconectar consigo mesmo”, conclui.