Estudo publicado pela The Lancet Public Health indica que o número de brasileiros com demência deve subir 206% até 2050, fazendo com que o número de casos da condição aumente para 5,6 milhões, o que acende o alerta sobre cuidados que devem ser tomados. Conforme especialistas, os hábitos e as condições de vida são os principais fatores para o crescimento dos casos e manter o cérebro ativo é um dos principais cuidados para evitar o surgimento de doenças neurodegenerativas relacionadas ao estilo de vida e hábitos nocivos.

Claro, existe a contribuição de fatores biológicos sobre os quais não temos controle, mas os hábitos possuem um papel fundamental no surgimento de demências. O envelhecimento cerebral está ligado ao excesso de ansiedade e depressão, que são fatores conhecidos por influenciar o desenvolvimento de doenças demenciais. A falta de atividade física, muito presente na sociedade atual, aumenta a chance de demência vascular por microangiopatia. Com o passar do tempo, também é essencial manter o cérebro ativo, seja com atividades manuais, seja com instrumentos musicais etc., tudo que possa estimular o cérebro com hábitos diferentes, evitando assim a ‘preguiça cerebral’, que acelera o envelhecimento cerebral.

Tratamento

Ainda não há nenhum tratamento capaz de reverter totalmente a demência, apenas reduzir o seu avanço e proporcionar uma maior qualidade de vida aos pacientes. No entanto, a ciência permanece na busca de novas tecnologias capazes de ajudar a frear o avanço das doenças neurodegenerativas. Isso ainda não é tão notável para as demências, ou seja, não existem tantas estratégias de medicina para melhorar seus sintomas de uma maneira muito impactante. A tendência ainda é que muita gente passe por isso juntamente com suas famílias. Isso faz com que grandes mentes, após extensa experiência de vida, percam gradualmente seu potencial de ajudar sua comunidade e, em última instância, a sociedade como um todo.

O implante de eletrodo cerebral profundo ou marca-passo cerebral, muito utilizado na doença de Parkinson, no tremor essencial e na distonia, que são outras doenças neurológicas, já foi testado em estudos internacionais para a doença de Alzheimer. Infelizmente, os resultados desses estudos não foram muito animadores até agora. Continuamos batalhando para tentar trazer novas maneiras de ajudar a melhorar os sintomas da demência. No Brasil, muitas pessoas não têm acesso a todo o cuidado necessário para quem tem a doença. Isso só torna tudo mais difícil por ser complicado ou mesmo impossível conseguir esse suporte por meio do SUS e dos planos de saúde.