Como resposta ao sofrimento inevitável presente na tríade trágica é possível, através dos valores atitudinais, conferir um sentido à vida, pois ela sempre poderá oferecer possibilidades de sentido, qualquer que seja a situação em que nos encontremos.

Pela capacidade humana de transformar criativamente, os aspectos negativos da vida em algo construtivo, o que Frankl chama de otimismo trágico (2019), é possível vivenciar valores e encontrar sentidos de vida na transformação da tragédia em conquista ou desafio. Dessa forma, se transforma o sofrimento numa realização humana. Extrai-se da culpa a oportunidade de mudar a si mesmo. Faz-se da transitoriedade da vida – apreendida com a morte – um incentivo para realizar ações e escolhas responsáveis.

Superar a culpa

Somos, então, responsáveis sempre, quer seja por reparar nossos erros e superar nossa culpa, quer seja por nos conscientizarmos das possibilidades transitórias de nossas escolhas. Ao dizer que estamos em trânsito, prevemos as oportunidades como únicas e irrepetíveis, o que pode nos trazer o senso de unicidade e de responsabilidade diante das nossas escolhas. Assim, podemos (e devemos!) aproveitar as oportunidades para nos transformar e repensar nossas ações futuras. A liberdade de vontade torna possível tomarmos atitudes perante quaisquer circunstâncias da vida e nos permitirá escolher conscientemente as respostas frente ao sofrimento e aos desafios impostos pela vida.

Por meio do auto distanciamento, ou seja, da nossa capacidade de nos distanciarmos de nós mesmos para experimentarmos novos lugares e escolhas, é possível enfrentar as adversidades, mesmo em situações de sofrimento avassalador causado pelo vazio existencial expresso nas tentativas de suicídio.

Estatísticas entre mulheres

Destaca-se que dados de diversos países apontam que a maioria de quem tenta suicídio são mulheres jovens, com idades inferiores a 30 anos, inclusive em fase de gestação.

Entretanto, apesar de dados apontarem números de suicídios em mulheres, mães de bebês ou ainda grávidas, essa fase também se traduz a uma expressão do amor por alguém, como no caso de uma mãe pelo filho, que se pode exercitar o auto distanciamento e a autotranscendência. Para a mãe, o amor pelo filho pode ser uma âncora que aporta a algo para além dela mesma, dos seus pensamentos suicidas. Isso pode despertar a possibilidades de se encontrar um sentido de vida na medida em que a mãe experiencia o sentido do amor pelo filho e o vivência, por meio dos valores existenciais, com os quais ela encontra seu sentido no mundo. Dados apontam que todo esse processo indica a prevenção ao suicídio.

E MAIS…

Valores existenciais e autotranscedência

Com o fortalecimento do auto distanciamento, da autotranscendência, das vivências dos valores existenciais e da busca por sentidos de vida pelo exercício da vontade de sentido e da liberdade e responsabilidade pelas escolhas existenciais pode-se encontrar outras resoluções aos conflitos desesperadores. Primordialmente pela busca pelo sentido da vida através dos valores existenciais e pela autotranscedência pode-se combater o vazio existencial que acomete grande parte da população, levando inúmeras pessoas a buscar pelo suicídio como ato de viver e não de morrer!

Referências:
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