A sociedade nos impõe inúmeras regras e condutas que devem ser respeitadas a ponto de chegarmos a não saber ao certo qual é nosso real desejo afinal. Estou realmente exercendo esse papel, essa função, porque eu quero ou porque existe uma demanda em que eu fui cobrado para tal? Essa autocobrança excessiva, em vários momentos e aspectos, nos adoece, gerando gatilhos para a ansiedade. Essa cobrança, em muitos casos, vem acompanhada do sentimento de inadequação, ou seja, aquela sensação de que não vou conseguir dar conta do recado.

O que não paramos para refletir é que não precisamos dar conta do recado e muito menos querer que isso aconteça sempre. Essa autocobrança excessiva vai gerando muita ansiedade; por isso, a importância de termos uma forma possível de equilíbrio, assim como em tudo na vida. Quando colocamos peso e energia muito superiores nas nossas expectativas externas apenas, isso faz com que nos tornemos reféns de terceiros, ou seja, acabamos por depender mais dos outros do que de nós mesmos.

As cobranças excessivas também podem ser geradores de frustrações no momento em que viram uma competição com o outro. Por exemplo, quando começamos a pensar que, para ir além desse outro, precisamos ser melhores que ele, aprender mais, nos cobrar cada vez mais. Consequentemente, a frustração aparece de forma exacerbada, pois nada nunca será o tal suficiente.

Equilíbrio

Como encontrar então uma forma de equilíbrio? Lembra no início, em que foi abordada a questão de qual seria nosso real desejo? Pois bem, é de extrema importância termos consciência sobre o que é nossa demanda e o que é demanda do outro. O processo terapêutico pode nos ajudar nesse momento a refletirmos e nos questionarmos: quais dessas exigências são minhas, quais são do outro, quais dessas são viáveis de serem atendidas por mim e quais são irreais e inalcançáveis? Também é preciso pensar se estamos nos autossabotando. Por isso, a importância de construirmos metas reais, em que inclusive seja mais difícil de a procrastinação acontecer.