Estamos vivendo tempos bem atípicos e tenho sentindo um estresse nunca vivido na minha vida. Tenho 55 anos, tenho uma vida estável, um trabalho que me dedico e me sinto satisfeito, mas a estafa me domina. Não sei se as incertezas pautadas pela pandemia têm relação com isso, só sei que ando me arrastando e meu comportamento também mudou. As pessoas à minha volta comentam que me percebem muito mais estressado também. Estou preocupado, pois já li que o estresse é um dos principais causadores de AVC. Isso se confirma? Devo me preocupar?
O estresse crônico, falta de atividade física e má alimentação. Esses três fatores, aliados, podem ser uma bomba relógio para o organismo. E isso pode ser um sinal de alerta para os tempos atuais. A pandemia mudou muitos hábitos do dia a dia e a maneira como muitas pessoas trabalham. Muitos acabam ficando por mais horas do que o devido em frente a um computador, se alimentando mal e se exercitando menos.
Uma pesquisa divulgada no dia 17 de maio no site da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra um estudo inédito, realizado em 2016, sobre perda de vidas e adoecimento associado ao trabalho excessivo. O estudo, que foi realizado pela OMS em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aponta que, em 2016, 398 mil pessoas morreram por acidente vascular cerebral e 347 mil por doenças cardíacas, como resultado de mais de 55 horas de trabalho por semana. Entre 2000 e 2016, o número de mortes por doenças cardíacas devido a longas jornadas de trabalho aumentou 42% e, por acidente vascular cerebral, 19%.
Se fizermos uma projeção para os dias atuais, esses dados podem ter aumentado significativamente. Mas exatamente por que isso acontece? Um estresse crônico e excessivo pode ocasionar estreitamento das artérias e se a pessoa tem um colesterol elevado, aumenta o risco de um infarto ou AVC por entupimento do fluxo sanguíneo.
O crescimento de casos de AVC também é uma preocupação com o aumento de casos da infecção por covid. A infecção pelo COVID 19 está ocasionando Acidente Vascular Cerebral em pacientes jovens. Às vezes esse é o primeiro sintoma da doença. Desde o início da pandemia, a aparição de casos em pessoas com menos de 50 anos tem deixado médicos surpresos, já que muitos sequer possuem sintomas mais comuns de infecção por coronavírus.
O AVC é uma alteração do fluxo sanguíneo dentro do cérebro. Em torno de 15% dos casos ocorrem por extravasamento de sangue em alguma região do cérebro, provocando um coágulo, esse é o AVC hemorrágico. Os outros 85% acontecem por falta de sangue em alguma região do cérebro, provocando o AVC Isquêmico. O socorro imediato pode reduzir ou atenuar as sequelas – até 4h30min após o início dos sintomas o paciente tem 30% mais de chances de obter bons resultados – que caso aconteçam serão tratadas com fisioterapia, sessões de terapia da fala e sessões de estimulação cognitiva.
É importante que se conheça os sintomas iniciais que são perda súbita de força e formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina; dor de cabeça e sem causa aparente e vertigem ou dificuldade de caminhar.