Um novo estudo feito por cientistas chineses e publicado na revista científica Cell Metabolism demonstra a possibilidade de reverter parcialmente o envelhecimento em ratos idosos. Utilizando uma molécula de RNA presente no corpo humano, os pesquisadores não apenas prolongaram a vida dos animais, mas também recuperaram aspectos como pelagem, força física e habilidades cognitivas.
O foco principal do estudo foi a senescência celular, que ocorre quando as células perdem a capacidade de se dividir e começam a liberar substâncias inflamatórias, acelerando doenças como diabetes, demência e câncer. Os cientistas identificaram a molécula miR-302b, capaz de restaurar células envelhecidas, e usaram exossomos – estruturas que transportam RNA entre células – para impulsionar essa recuperação.
Em ratos de 20 a 25 meses (equivalente a 60 a 70 anos humanos), a injeção desses exossomos com RNA prolongou a vida em cerca de quatro meses e meio. Além disso, os animais tratados recuperaram habilidades motoras, mantiveram peso saudável e apresentaram redução de proteínas inflamatórias no sangue.
Os resultados são promissores, mas os cientistas alertam para os desafios de replicar essas descobertas em humanos devido à longevidade e à complexidade do corpo humano. Os pesquisadores continuam estudando os impactos desse método com a esperança de que ele possa inspirar novos medicamentos para combater o envelhecimento e promover uma longevidade mais saudável.
Avanço
De acordo com a cirurgiã plástica Elodia Avila, especialista em envelhecimento saudável, o estudo reforça o avanço da ciência no combate ao envelhecimento, mas ainda exige cautela. “Cada vez mais novos estudos estão sendo feitos e novas descobertas sendo feitas sobre o processo de envelhecimento, isso já pode ser sentido na ponta: produtos e técnicas tecnológicas estão ajudando a ter um envelhecimento saudável mais eficaz que há alguns anos e a tendência é que isso aumente cada vez mais”, afirma.
Complementa que essa descoberta dos chineses especificamente abre portas para tratamentos futuros de combate ao envelhecimento. “Mas é preciso entender melhor os efeitos dessa manipulação celular em pessoas”, destaca.