Uma família denunciou a maternidade estadual Albert Sabin, em Salvador/BA, por suposta violência obstétrica após a morte de um bebê durante o parto. A mãe, Liliane Ribeiro, afirmou que a criança sofreu uma lesão no pescoço causada pela médica durante a retirada do bebê.

Liliane relatou, também, ter sido forçada a um parto normal contra a recomendação de cesárea e maltratada pela equipe. Ela ainda disse que, durante o parto, a equipe teria mandado ela fazer força, pois seria “rasgada até o talo” e que um funcionário pediu que “parasse de presepada”.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil. A mãe e o marido solicitaram a necropsia do bebê e rejeitaram a alegação de morte fetal. A investigação deve ser concluída em 30 dias.

Abuso

Violência obstétrica é qualquer ato de abuso, negligência ou desrespeito contra a mulher durante o atendimento ao parto, pré-natal ou pós-parto. Isso inclui desde a imposição de procedimentos sem consentimento, desumanização no atendimento, até agressões físicas e psicológicas.

Tipos comuns de violência obstétrica são: imposição de procedimentos sem consentimento; desrespeito à autonomia da mulher, ignorando preferências; tratamento desumano e desrespeitoso; negligência no atendimento; e falta de privacidade.

Impactos

De acordo com a neuropsicóloga Karliny Uchôa, esse tipo de situação pode causar sérios impactos psicológicos, podendo gerar até mesmo um transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ou depressão pós-parto. “A violência obstétrica deixa marcas profundas na saúde mental da mulher, pois transforma um momento muitas vezes esperado por toda a vida em um trauma”.

Complementa que esse tipo de violência pode causar traumas no longo prazo, como TEPT, que se manifesta, em geral, com sintomas como pesadelos, ansiedade e dificuldades para lidar com o momento. “Outro problema comum é a depressão pós-parto, prejudicando o emocional da mãe e dificultando até mesmo a formação do vínculo com o bebê”, alerta.