Em “Malhação – Viva a Diferença”, que esteve no ar em 2020, muitos telespectadores questionaram as reações intensas de Benê, interpretada por Daphne Bozaski, em relação a problemas na socialização.
No decorrer da novela, a garota descobre que convivia com a Síndrome de Asperger, descrita no DSM-4 TR como um dos transtornos globais do desenvolvimento.
Origem e conceito
Contemporâneo ao Dr. Leo Kanner, psiquiatra que publicou o primeiro artigo sobre Autismo como uma psicopatia do contato afetivo, Hans Asperger era um pediatra austríaco que em 1944 publicou no idioma alemão uma tese de livre docência sobre 4 crianças com as mesmas características descritas pelo estudo de Kanner. Porém, o estudo de Asperger só ficou conhecido quando a psiquiatra Dra. Lorna Wing traduziu seus escritos para o idioma inglês.
Diferenças entre as síndromes
Os profissionais da saúde mental encontraram bastante dificuldade para diferenciar a síndrome de Asperger do Autismo de Alto Funcionamento, portanto sem comorbidade com retardo mental.
Uma das características que diferenciam síndrome de Asperger e o Autismo de Alto Funcionamento é que aquele não apresenta atraso de linguagem e as pessoas acometidas por essa síndrome possuem um vocabulário expresso, muitas vezes, por termos difíceis e pedantes.
Como país signatário da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil adota como parâmetro a Classificação Internacional de Doenças (CID), que atualmente está em sua décima primeira versão.
Entretanto, como esse manual ainda não foi traduzido para o idioma português assim a síndrome de Asperger ainda pode ser diagnosticada.
Mudanças significativas
Os novos manuais de psiquiatria (CID-11 e DSM-V) aboliram a categoria Síndrome de Asperger, uma vez que a comunidade científica adotou o conceito de autismo como um Espectro, ideias estas defendidas pela Dra. Lorna Wing.