Será que as redes sociais têm sido vilã em nossa vida?Eu diria que NÃO. A meu ver, a tecnologia veio para agregar, auxiliar, porém, como tudo na vida, tudo em demasia, ou seja, tudo em excesso gera um prejuízo a nossa saúde, e não seria diferente com as redes sociais.

Em excesso e mau uso, sim, podemos dizer que as redes sociais são prejudiciais. E sejamos sinceros. Muitas vezes fazemos mau uso dessas plataformas.  

Quantas vezes estamos tristes, desorientados e resolvemos postar uma foto super feliz? Quem nunca fez isso?

O fenômeno da irrealidade

Relatos em consultório e até mesmo de amigas mostram como há um fenômeno nesse universo de mostrar situações irreais. Já ouvi histórias, por exemplo, da pessoa estar em um dia normal em casa e postar foto de outro lugar dando a entender que está fazendo algo diferente. Isso denota que mostrar que estar em sua própria companhia, ali, com seus pensamentos, não é algo favorável ou confortável. E aí entramos em uma análise preocupante do mau uso das redes sociais.  

Claro que não estou aqui dizendo para mudar essas postagens para demonstrar tristeza o tempo todo. Seria algo deprimente e melancólico.

Porém, é preciso ter o cuidado de colocar as redes sociais como um universo a parte das nossas vidas, afinal essas plataformas causam um comparativo muito grande. Ao entrarmos nesse universo, passamos a querer, buscar, desejar a vida do outro, ou melhor, a vida que o outro nos apresenta, que não necessariamente é aquela que é a realidade.

Portanto, é verdade que as redes sociais podem influenciar de forma negativa na nossa autoestima.

Influência na autoestima

Quando vemos, quando percebemos que nossa realidade não está de acordo com o que colocamos para os outros – eu costumo dizer que costumamos postar a imagem que desejamos vender para o outro -, a partir disso, colocamos também em nossas vidas metas inalcançáveis, e com isso ocorre uma baixa na nossa autoestima quando nos frustramos ao não conseguirmos suprir nossas obrigações reais.

Mas o maior impacto das redes sociais em nossa autoestima tem a ver com a nossa autoimagem. Faça uma reflexão e pense: quem nunca usou ou usa sempre os filtros do Instagram? E não estou aqui apontando um julgamento ou dizendo que sou contra. Eu também uso, mas a questão é fazer uma autoanálise e perceber o quanto se fica refém desse artifício.

Quando você não gosta do que vê no espelho, quando você não se reconhece e não se enxerga de fato quem é, perde assim sua identidade. Por isso a importância de ter uma boa autoestima.

Imperativo da felicidade

Outra questão importante a ser levantada aqui é com relação ao respeito do imperativo da felicidade que ronda as redes sociais, essa questão de que devemos e precisamos ser felizes o tempo inteiro

Nossa, isso é cansativo e desgastante, além de causar sérios conflitos internos e questões na nossa saúde mental. Precisamos nos haver com todo e qualquer sentimento, até aqueles negativos como a tristeza, raiva, entre outros. Mas não quer dizer que devemos permanecer neles, mas sim reconhecê-los.

Lembrem-se sempre, o outro faz a postagem da imagem que quer que as pessoas comprem, que quer vender, isso acontece conosco também.

Precisamos estar alinhados com a nossa realidade, para que isso não gere um grande conflito interno e um maior sofrimento em nossas vidas. 

E MAIS…

A valorização do real

Li uma frase certa vez que gostaria de compartilhar: “Por trás de toda postagem, email, etc, existe um ser humano, vamos ser mais cuidadosos e gentis com os comentários nas redes sociais e na vida”.

Incluo nessa reflexão a sugestão para sermos mais reais. Aliás, vamos fazer esse exercício para gostar de sermos mais reais! Tenho certeza que isso fará a diferença na imagem que você passara para os outros e principalmente para você mesmo.