No currículo do curso de psicologia iremos nos deparar com a aula de psicopatologia independentemente da instituição. O nome pode variar, mas o conceito e os ensinamentos não. Psicopatologia, segundo o dicionário, é o estudo das doenças mentais. Parece simples, não?

Aí que a gente se engana. A psicopatologia é um ramo da psicologia que estuda as doenças mentais e os fenômenos patológicos, incluindo as mudanças estruturais e funcionais associadas a elas, também podendo ser definida como o estudo dos estados psíquicos relacionados ao sofrimento mental, não incluindo critérios de valor, ou seja, não se julga moralmente aquilo que estuda.

Essa ciência estuda os sinais comportamentais e subjetivos, as queixas e o sofrimento, a partir do modo como são apresentados. Para isso, se utiliza da semiologia para compreender o sentido e o valor de um símbolo, a partir das relações que mantém, sempre lembrando de não reduzir o ser humano a conceitos psicopatológicos.

Modelos

Mas você sabia que, dentro da psicopatologia, existem diferentes perspectivas ou modelos acerca do desenvolvimento das doenças mentais? Como o biomédico, o psicodinâmico, o sociobiológico e o comportamental, entre outros.

Enquanto há o modelo biomédico, em que existe a preferência pela classificação por meio da observação prolongada e cuidadosa da população com transtornos mentais, também há o lado com tradição humanística, ou seja, uma vertente que nos traz a possibilidade de reconhecer dimensões humanas que, sem o fenômeno “doença mental”, permaneceriam desconhecidas.

Multiplicidade

Uma grande característica da psicopatologia, é a multiplicidade de abordagens e referencias teóricas. Seguem algumas das principais:

Psicopatologia descritiva: se fundamenta na descrição das alterações psíquicas e estrutura dos sintomas, aquilo que caracteriza e descreve a vivência patológica.

Psicopatologia dinâmica: se fundamenta no conteúdo das vivências, os afetos, desejos e experiência particular.

Psicopatologia médica: se fundamenta na noção de ser humano biológico, vendo o adoecimento mental como mau funcionamento do cérebro.

Psicopatologia existencial: se fundamenta na experiência singular e vê o adoecimento mental como um modo particular de existir.

Psicopatologia comportamental e cognitiva: se fundamenta na visão de ser humano como conjunto de comportamentos observáveis e com representação cognitiva essencial para seu funcionamento. Aqui os sintomas são o resultado de comportamento e cognição disfuncional que foram aprendidos e reforçados.

Psicopatologia psicanalítica: se fundamenta na visão de ser humano dominado por forças, desejos e conflitos, com grande importância nos afetos. Aqui os sintomas são vistos como expressão de conflitos e desejos inconscientes que não podem ser realizados.

Papel

Mas, enfim, qual o verdadeiro papel da psicopatologia? Para os psicólogas, ela representa um papel orientador para sessões e tratamentos. Já para a sociedade, ela busca a desmistificação e a humanização dos transtornos. E para os pacientes, ela representa a conexão humana.

Sendo necessário muito estudo e aprofundamento para tais diagnósticos psicopatológicos, é preciso observar os dados clínicos e o curso do transtorno com anamnese e exame psíquico, tendo a entrevista como seu principal instrumento.

A psicopatologia pode ocorrer tanto na infância como na vida adulta, e as causas podem ser diferentes em cada caso, pois a psicopatologia infantil é diferente da adulta uma vez que as crianças ainda estão em desenvolvimento e amadurecimento, enquanto na vida adulta pode ser causada por traumas da infância, como abuso físico ou emocional, negligência entre outros.

Além de certos transtornos serem mais comuns em determinadas fases da vida, das exigências enfrentadas e da pressão a qual se está exposto, as doenças podem ou não se manifestar. Um exemplo são os transtornos do neurodesenvolvimento, que tendem a ser diagnosticados na infância, mas não necessariamente desaparecem na vida adulta. Quer saber mais sobre psicopatologia? Então não deixe de conferir estes livros da Sinopsys:

Psicopatologia do adulto e do envelhecimento: atualização e prática clínica

Um guia para abrir a sua mente sobre psicopatologias, será seu melhor amigo na hora de pensar diretrizes diagnósticas das psicopatologias contemporâneas do adulto e do envelhecimento. Traz exemplos clínicos e considerações importantes sobre anamnese, classificando as funções mentais de forma didática, descrevendo e exemplificando as alterações.

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