Especialistas apontam que o isolamento social ainda está impactando bastante o psicológico das pessoas, e que pode deixar marcas. Para compreender o que o brasileiro vem buscando na internet relacionado ao assunto, uma empresa de marketing digital realizou um levantamento que aponta o comportamento de pesquisas sobre transtornos psicológicos, distúrbios alimentares e busca por ajuda. Enquanto as pesquisas por transtorno de ansiedade saltaram em 50% comparando pré-isolamento (fevereiro) e a partir do isolamento (março), um bom sinal: as buscas por terapia e psicólogo online cresceram 50% e 83%, respectivamente.
Com a busca por tratamento profissional crescendo, as pessoas também procuraram por “psicólogo gratuito”, termo que cresceu 24%, se comparado aos períodos pré e pós-isolamento. Entretanto, os brasileiros buscaram por medicamentos para tratamentos psicológicos, e o crescimento foi de cerca de 22% para medicamentos para ansiedade e para dormir. Lembrando que esses compostos podem apenas ser receitados por médicos e há grandes riscos na automedicação.
E, de fato, parece que a ansiedade vem incomodando muito os brasileiros desde o início da quarentena no país. A pesquisa por “sintomas de crise de ansiedade” cresceram 50%, enquanto “como controlar a ansiedade” subiu 22%. Um ponto positivo é que os dados apontam um interesse maior por técnicas de autocuidado: a busca pelo termo “meditação” também apurou um significativo crescimento pré e pós-isolamento, 49%. “Exercícios de respiração”, muito utilizados no yoga e em meditações, tiveram 82% de crescimento nas buscas no mesmo período, e ajudam na concentração e no controle da ansiedade.
Distúrbios alimentares
Um ponto alarmante do levantamento é o crescimento na busca por distúrbios alimentares no mesmo período (entre fevereiro e março de 2020), que foi de 22% para anorexia e 50% para bulimia. Compulsão alimentar cresceu 22% em março, enquanto distúrbio alimentar subiu 22% em março, saltou para 50% em abril e foi para 84% em maio e junho, na comparação com fevereiro. A busca por nutricionista online também cresceu: 50% em abril, 83% em maio e 124% em junho. Importante destacar que no caso de distúrbios alimentares, a ajuda profissional psicológica também é essencial para o tratamento.