Quando for finalizada, a pesquisa iniciada em agosto de 2021 pelo Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP e pela Universidade Stellenbosch, da África do Sul, poderá mudar o tratamento das pessoas portadoras do Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). “Nosso objetivo é avançar nos conhecimentos sobre os fatores cerebrais associados à resposta ao tratamento – ou à falta de resposta –, identificando perfis de pacientes para os quais é necessário oferecer outras modalidades terapêuticas”, explica a coordenadora da pesquisa, a professora-doutora Roseli G. Shavitt.

De acordo com ela, esse passo poderá representar um avanço no conceito da medicina personalizada aplicada à psiquiatria, tendo o TOC como modelo. “Deveremos ter uma nova maneira para entender a resposta ao tratamento, assim como identificar diferenças no cérebro dos pacientes que respondem bem ao tratamento em comparação àqueles que não respondem”, pontua.

Avaliação neuropsicológica e clínica

Os voluntários que participam do estudo passam por exames de ressonância magnética de crânio e avaliação neuropsicológica e clínica, tanto antes quanto após as doze semanas de tratamento com o medicamento sertralina ou equivalente. “As avaliações serão feitas presencialmente, no IPq-HC-FMUSP. Estão programadas sete consultas quinzenais, sempre às terças-feiras, pela manhã ou à tarde”, ressalta a coordenadora da pesquisa.

O grupo aceita ainda mais 30 voluntários que sejam portadores de TOC. Para participar, é preciso ter entre 18 e 50 anos de idade, diagnóstico positivo para TOC, não ter feito uso de nenhum medicamento psicotrópico (remédio psiquiátrico ou neurológico ou medicamento para dormir) nas últimas seis semanas e nem de terapia comportamental nesse mesmo período.

Expectativas para os resultados

A pesquisa deverá estar finalizada em agosto de 2023. Além da professora-doutora Roseli, integram o grupo os psiquiatras Caroline Argento, Daniel Lucas Conceição Costa e João Felício Abrahão Neto e a psicóloga Maria Alice de Mathis.