Um estudo envolvendo o Hospital del Mar Medical Research Institute (IMIM), em colaboração com o The Fatty Acid Research Institute, nos Estados Unidos, publicado no The American Journal of Clinical Nutrition, concluiu que ter níveis mais elevados de ômega 3 no sangue, como resultado da inclusão regular de peixes oleosos na dieta, aumenta a expectativa de vida em quase cinco anos.

Maior expectativa de vida

O estudo analisou dados sobre os níveis de ácidos graxos no sangue em 2.240 pessoas com mais de 65 anos, que foram monitoradas por uma média de onze anos. O objetivo foi validar quais ácidos graxos funcionam como bons preditores de mortalidade, além dos fatores já conhecidos. Os resultados indicam que quatro tipos de ácidos graxos, incluindo ômega-3, cumprem esse papel. É interessante que dois deles sejam ácidos graxos saturados, tradicionalmente associados ao risco cardiovascular, mas que, neste caso, indicam maior expectativa de vida.

Esses resultados podem contribuir para a personalização das recomendações dietéticas de ingestão alimentar, a partir das concentrações sanguíneas dos diferentes tipos de ácidos graxos. A descoberta reforça a ideia de que pequenas mudanças na dieta na direção certa podem ter um efeito muito poderoso e nunca é tarde ou cedo demais para fazer essas mudanças.

Estudo global

Os pesquisadores vão agora tentar analisar os mesmos indicadores em grupos populacionais semelhantes, mas de origem europeia, para saber se os resultados obtidos também podem ser aplicados fora dos Estados Unidos. A American Heart Association recomenda comer peixes oleosos, como salmão, anchovas ou sardinhas, duas vezes por semana, devido aos benefícios para a saúde dos ácidos ômega-3.