O autista pode tudo o que desejar, pode muito e precisa ter essa força e apoio de todos, potencializando suas forças e suas habilidades, para não se deixarem intimidar por um rótulo ou julgamentos.

Segundo a psicanalista Andrea Ladislau, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico identificado por uma gama de características variáveis.

Dentre elas, podemos citar a dificuldade de comunicação e interação social, o atraso no desenvolvimento motor, hipersensibilidade sensorial e comportamentos metódicos, restritivos ou repetitivos.

“Além da hiperatividade ou muita passividade, dificuldade em aceitar mudanças de rotina, sensibilidade a alguns sons e texturas, entre outros. Não é uma doença, portanto não existe cura. É uma condição clínica que exige amor, afeto e cuidado”, explica Andrea que também é neuropsicóloga.

Condição em adultos

Mas engana-se quem pensa que só crianças podem ter autismo. Adultos também podem ser diagnosticados com o espectro.

Neste contexto, o ideal é que o diagnóstico venha o mais rápido possível, para que se possa iniciar uma intervenção precoce.

Para Andrea é preciso levar em consideração que o objetivo do diagnóstico não é, e nunca será rotular aqueles que estejam dentro do espectro, mas sim orientar as famílias sobre quais suportes, terapias e ferramentas terapêuticas são as mais adequadas e onde buscar ajuda.

“Cada uma das comorbidades que aparecem dentro do espectro, precisam de técnicas adequadas e com comprovação científica de que funcionam, para dar melhores condições de vida ao paciente e a sua família”, diz.

Autismo não é uma limitação

A psicanalista lembra que o preconceito e a desinformação ainda rotulam o Autismo como uma limitação. A história provou que essa teoria é falsa e que muitas pessoas diagnosticadas com o Espectro fazem grandes coisas e podem se destacar.

Portanto, esse grupo de desordens de origem neurobiológica que possui um impacto considerável na vida do indivíduo, denominado Autismo ou TEA, não determina até onde a pessoa vai chegar. “São as condições, o apoio, as possibilidades, as oportunidades sociais, escolares e de intervenções que vão fazer toda a diferença na vida dela”, explica a especialista.

“O autismo não tem cura, mas o seu preconceito e o seu desconhecimento a respeito do assunto, sim”, enfatiza Andrea.